A flor e o Tempo

A noite vem e com ela chega a saudade,

a saudade que cria e recria instantaneamente tudo que está entre nós;

tudo que definisses em mim, desde o mais singelo olhar que lançastes, até

o mais completo abraço.

Sete horas, o sol nasce e vem com sua formidável forma, com sua ínfima luz

trazendo consigo a certeza dos próximos dias.

Nesse momento a flor desperta e esta traz consigo o mais belo aroma que versifica as horas,

A flor trepida, pulsa, corre em círculos

e nessa precariedade dos dias, fica atordoada em meio a ditadura do relógio

as horas passam, os dias vêm, os quilômetros percorridos e ela presa na busca te tal sonho,

sonho esse que se faz no mais belo ato humano, ato que se escreve na manutenção da vida,

dos sonhos.

Cada palavra dita de forma aflita, cada semblante hesitante.

Na busca irrepreensível dos sonhos, tal flor constrói sua vontade de viver, se faz firme

Multiplica seus pequenos braços em milhares, traceja sua ânsia em pequenos passos, forma filetes

de uma vida que vai sendo contada e vivida.

Nessas breves linhas que se escrevem vão se desenhando os dias.

Abril 10 de Abril 2010

(Ítalo Vinícius)