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Cirurgia sem cortes será implantada no HU

Um significativo avanço tecnológico na área médica vai colocar Campina Grande entre as cidades do Brasil que oferecem serviço médico-hospitalar público de alto nível utilizando tecnologia de ponta. O novo tipo de procedimento cirúrgico que não utiliza cortes no corpo e é feito através das artérias será implantado no Hospital Universitário Alcides Carneiro dentro de 90 dias. Com isso, o HU de Campina Grande será o único hospital público da Paraíba a realizar essa moderna técnica cirúrgica. O aparelho de Hemodinâmica já está instalado no hospital, que recebeu investimento de mais de US$ 2 milhões (cerca de R$ 4 milhões) através do Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários do País, para a montagem do setor. O equipamento é multifuncional e vai possibilitar variados tipos de intervenções desde cateterismo a neurocirurgia e cirurgias vascular e cardíaca.

Campina Grande é um pólo regional de saúde, que atende a 173 municípios, além de pacientes dos Estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte. Só no ambulatório do Centro de Atendimento e Ensino de Serviços Especializados (Caese) do HU, é feito o atendimento de cerca de 12 mil pessoas por mês e 80% de todas as consultas especializadas realizadas em Campina Grande são feitas no HU. O novo método vai permitir o tratamento de diversas patologias; na área da neurocirurgia, por exemplo, será possível realizar intervenções em aneurismas cerebrais, mal-formações, tumores cerebrais e hemorragias. Assim, o atendimento seria ampliado e as cruéis e vergonhosas filas de pessoas que procuram e esperam ansiosamente por um tratamento deste tipo poderiam ser reduzidas, eliminando definitivamente o risco do paciente morrer na estrada ao ser transferido para João Pessoa ou Natal ou na fila de espera para fazer o tratamento (geralmente uma espera de quatro meses).

“Para isso a equipe de médicos especializados já está formada e só o que falta são alguns ajustes, compra do material de consumo, organização das instalações físicas e o registro do equipamento na Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardíaca. Com a efetivação do processo de contratualização com o SUS, que deve acontecer dentro de 10 dias, outra etapa importante será concluída, assim 100% dos serviços oferecidos no HU serão cobertos pelo SUS”, comemora o diretor do HU, o médico Evaldo Nóbrega Dantas.

Novo método vai reduzir sofrimentos dos pacientes

Segundo o neurocirurgião Amílton Araújo Júnior, membro da equipe do HU, “a cirurgia é feita através de uma punção na artéria e é feita a ‘embolização’, ou seja, os materiais especiais (embolos) são colocados para levar medicamentos a locais específicos no corpo do paciente e até mesmo para fechar vasos comprometidos”. Os quimioterápicos, por exemplo, podem ser injetados em artérias que nutrem tumores. São chamados tratamentos endovasculares, pois, ao invés de cirurgias abertas, o tratamento é feito através dos vasos.

As vantagens são inúmeras, diz o neurocirurgião, “reduz o sofrimento do paciente, o tratamento não é tão agressivo como quando feito através de cortes, diminui o tempo de recuperação e consequentemente de internação no hospital e os efeitos são os melhores possíveis”. Estes procedimentos inserem Campina Grande, e todo o Compartimento da Borborema, na medicina do século XXI. (CO)

Vida nova para jovem vítima de AVC

Vida nova para a jovem paraibana Claudiana Roberta Lucena Silva, que com apenas 19 anos de idade precisou ser submetida a uma cirurgia depois que os médicos descobriram nela um AVC (acidente vascular cerebral). Antes de passar pela cirurgia, Claudiana ficou internada por quinze dias no Hospital Pedro I, onde chegou na segunda quinzena de janeiro sentindo dores de cabeça e no pescoço, sendo depois submetida a uma série de exames que apontaram para a necessidade da cirurgia. O drama de Claudiana foi destaque em matéria publicada no JORNAL DA PARAÍBA, que revelou o crescimento no número de casos de AVC em pessoas mais jovens, com 40, 30 e até 20 anos de idade, causados pela redução na qualidade de vida da população e ao estresse diário.

A cirurgia de Claudiana foi realizada no dia onze de fevereiro passado, no Hospital do Coração, em Natal, Rio Grande do Norte. “Após a cirurgia, percebi que poderia ter uma nova vida. Estou feliz porque o método utilizado na cirurgia é bastante avançado, sem a necessidade de cortes na cabeça, já que todo procedimento é feito pelas artérias. Só foi um pouco ruim porque depois da cirurgia precisei ficar 24 horas em repouso e sem movimentar a perna.

Agora, após o susto e quando estiver recuperada, quero voltar a estudar. Vou fazer cursinho e vestibular para Enfermagem”, contou. Claudiana contou, que no hospital de Natal pôde verificar o quanto seu problema era comum entre pessoas mais jovens. Segundo ela, no hospital havia pessoas com 14 e 15 anos sofrendo com problemas semelhantes ao seu. “Lá é mais comum do que em Campina Grande. Percebi também que o hospital atendia muitos pacientes de outros lugares”, frisou. Agora, a jovem está em casa, onde termina sua recuperação e fica mais perto dos amigos e familiares.

O acompanhamento da paciente e toda cirurgia foi realizada pelo neurocirurgião Amílton Araújo Júnior, que detectou um AVC hemorrágico na jovem logo após examiná-la, ainda em janeiro.


Data: 13/03/2006