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Medicamento para combate ao Alzheimer produzido no Brasil entre na fase de testes

Tratamento da doença deverá ficar mais acessível à população a partir do próximo ano

 

A partir de 2011, o Ministério da Saúde passará a receber do Instituto Vital Brazil (IVB) a produção do medicamento rivastigmina, usado no tratamento da doença de Alzheimer. A medida permitirá uma redução de custos, já que atualmente o governo compra a medicação de uma empresa particular e paga também pela marca.

 

"Essa economia pode significar, também, um aumento do acesso ao medicamento pela população, se houver demanda para isso, o que acreditamos que exista", afirma Antônio Werneck, presidente do IVB.

 

O fornecimento para o Ministério da Saúde deve ser iniciado entre fevereiro e março do próximo ano. Os lotes do medicamento estão em fase de testes para, em seguida, passarem pelo registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A produção será entregue às secretarias estaduais de Saúde, que disponibilizarão o remédio em seus polos de atendimento.

 

O instituto será o único laboratório oficial a produzir o medicamento para o Ministério da Saúde. Para a produção da rivastigmina, o Vital Brazil incorporou-se à nova orientação do Governo Federal no campo da Saúde, que considera a estratégia de parcerias e de integração dos setores públicos e privados, e firmou acordo de parceria com a Laborvida, empresa vencedora de licitação pública.

 

"Esta parceria gerou condições necessárias para desenvolver e produzir medicamentos de alto valor agregado, com garantia total de qualidade e de forma verticalizada", afirma Werneck, se referindo ao controle total sobre a fabricação do medicamento, desde a matéria-prima até a distribuição. A produção da solução oral da Rivastigmina será feita no próprio Vital Brazil, e tem prazo para início em outubro deste ano.

 

O mal de Alzheimer é uma doença degenerativa, ainda incurável e terminal, que se caracteriza pela perturbação de múltiplas funções cognitivas, como memória, atenção e aprendizado, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, linguagem e julgamento. Os sintomas, às vezes, são acompanhados por deterioração do controle emocional, do comportamento social ou da motivação.

 

Estima-se que a prevalência da doença de Alzheimer oscile em torno de 4% a 5% após os 65 anos de idade e que a sua incidência se aproxime de 50% próximo aos 90 anos. No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer, existe cerca de 1,2 milhão de pessoas com a doença.

 

(Jornal da Ciência)


Data: 28/09/2010