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Artigo - O presépio da UFCG, os Três Reis Magos e a paridade consensual

Wagner Braga Batista

 

Graças ao grande presépio montado pelos criativos alunos de Desenho Industrial, chegou-se a concertacion. Instalou-se o amplo e magistral consenso progressivo na UFCG.  

 

Isto feito, foi acordado que teremos estatuinte representativa, precedida de discussões nas unidades acadêmicas, com teses consistentes, com representatividade e assiduidade dos delegados, cronogramas e horários resguardados, responsabilidade no acompanhamento das sessões, na consolidação do resultado final dos trabalhos e escrúpulo na observância do que foi aprovado.

 

Haverá também zelo com o trivial compromisso com a educação pública, com as efetivas atribuições docentes, com o acompanhamento de estudantes, com o fim dos empreendimentos privados e restritivos, com a presença regular de professores nas salas de aula e em ambientes de trabalho, com o registro e sistemáticas avaliações das atividades acadêmicas, tudo nos conformes.

 

Pelo visto, teremos um promissor inicio de ano. Graças ao presépio !

 

A auspiciosa montagem da grota escura e humilde onde se pratica o ensino público e o trabalho docente, indica que durante o recesso, todos estarão testemunhando e celebrando o adventício. As portas da gruta estarão abertas e os professores nos seus respectivos e humildes locais de trabalho.

 

Como testemunhas deste ato inaugural do calendário cristão tornarão a universidade publica efervescente, radiante, critica, reflexiva e coerente com seus propósitos.  

 

Após o final deste semestre letivo, os professores, muito envolvidos com o equacionamento de pendências e a formulação de diretrizes para as unidades acadêmicas, mergulhados no planejamento estratégico, indicarão alternativas para a melhoria de desempenho da instituição de ensino.

 

Comprometidos com o adventício, atualizarão e elaborarão programas de disciplinas para o próximo semestre, demonstrarão empenho na preparação das aulas, na organização de planos de trabalho, na estruturação das coordenações dos cursos, farão seminários de capacitação e, enfim, com a chegada das férias regulares poderão se ausentar da universidade para o justo e legitimo repouso.

O presépio da UFCG é emblemático.

 

Como em todos os meses do ano, temos cristalinas evidencias de uma universidade pública e gratuita pujante, dinâmica, de qualidade, participativa e referenciada socialmente.

 

Porém, a maior contribuição do presépio da UFCG transcende o plano funcional.

 

Incide sobre a democratização interna da universidade.

 

Este tema, tão polemico, teve uma profícua sinalização fornecida pelo presépio.

 

Superou controvérsias e embates calorosos realizados no passado recente. Podemos dizer, que encerra dissensões e nos leva a presumir que, a partir de agora, poderemos avançar na democratização da universidade pública sem diatribes que atravanquem processos eleitorais.

 

Na falta de uma legislação coercitiva que iniba o mais promissor carreirismo, legítimas vocações à submissão administrativa e pendores gerenciais, agora poderemos ousar.

 

Poderemos fazer valer  a autonomia universitária sem expedientes e recursos que impeçam a ampla participação dos três segmentos na condução da verdadeira universidade pública.

 

 Teremos, afinal, eleições livres, diretas, secretas e paritárias na instituição. Com ampla participação dos três segmentos, sem contestações, de parte a parte.

 

Neste novo patamar, todos serão eleitos em conformidade com a consciência plena dos integram a academia e o mais absoluto gozo dos direitos da comunidade e dos que compõem o presépio.

Enfim, teremos a eleição paritária, que tanto pleiteamos, com a anuência de todos.

 

Em se tratado de democracia representativa, todos estarão fielmente representados.

 

Sem cercear direitos, sem os traumas acarretados pela desagradável subtração de voto de servidores e estudantes, ou de quem quer que seja, alcançaremos a verdadeira representação paritária.

 

Enfim, o grande consenso!

 

O amplo consenso, logrado a muito custo, viabilizará a paridade com a participação qualificada, solene e exclusiva dos Três Reis magos do Presépio da UFCG.

 

O rei mago da zabumba representará o amplo espectro de servidores. O que toca triangulo, expressará os anseios da nobre e diligente classe estudantil. Reservamos para o mestre do acordeão, em conformidade com suas qualificações, sua proficiência e destreza, a atribuição de, mui dignamente, espelhar a vontade do corpo docente.

 

E assim teremos a mais expressiva e definitiva paridade no processo eleitoral.

 

Graças a esse elevado senso de concertacion poderemos eleger outros reis igualmente reais.

Os reis do desenvolvimento sustentável, do negócio verde e da boca justa serão beneficiários do voto paritário.

 

Escolheremos, também, nossos heróis cotidianos.

 

Entre eles, o paladino do alívio a pobreza, o mais chefe de todos os chefes das unidades acadêmicas, o prodigioso representante das companhias de passagens aéreas, o gerente da cantina de Dona Dalva, o dono da maior confraria do pedaço, o proprietário da sesmaria dos secos e molhados da produtividade acadêmica, o xeleléu mor e mais gratificado da administração imediata, o mais PhD entre todos PhDeuses e o professor mais absenteísta de todos os campi.

 

Numa festa democrática desta grandeza, não poderiam faltar normas e um honroso troféu.

As normas mais democráticas seriam escolhidas entre as que silenciassem definitivamente candidatos, eleitores e preservassem a ilibada conduta dos postulantes aos cargos não postulados.

 

O troféu seria uma justa recompensa ao mais eficiente arrendatário de lote de desenvolvimento sustentável e, comprovadamente, maior empreendedor privado em terreno público, em tempo de regime integral e dedicação exclusiva ao presépio natalino e ao adventício.

 

Graças aos criativos estudantes de Desenho Industrial, temos uma inequívoca e consistente revelação do presépio, do adventício e dos Três Reis Magos da concertacion da UFCG.

 

 

Wagner Braga Batista é professor aposentado da UFCG


Data: 17/12/2010