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UFCG realiza diagnóstico socioambiental de lixão na cidade de Sumé

O Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) da UFCG, campus de Sumé, através de um grupo de professores, realizou um diagnóstico socioambiental do lixão do município de Sumé, região semiárida paraibana. O objetivo foi reunir informações sobre os impactos socioambientais existentes na área do lixão e seu entorno.


Os membros da comissão responsável pela elaboração do diagnóstico (composta pelos professores Hugo Morais de Alcântara, Alecksandra Vieira de Lacerda, Glauciane Danusa Coelho, Ilza Maria do Nascimento Brasileiro, Adriana de Fátima Meira Vital e Jean César Farias de Queiroz, todos do CDSA), realizaram no local, entre novembro de 2010 e fevereiro deste ano, várias visitas ao local, onde foi feito um levantamento fotográfico, aplicação de um questionário socioambiental, demarcação de pontos de coletas para análises química do solo, análise microbiológica da água e avaliação da vegetação.


Na pesquisa, constataram-se problemas relacionados à forma de disposição do lixo a céu aberto, suas consequências diretas e indiretas à saúde pública e a presença de adultos e crianças “garimpando” o lixo. Também foi observado o descarte sem medidas preventivas (em especial, o lixo hospitalar), a poluição do ar pela exalação de odores e pela emissão de resíduos após a queimada do lixo, impacto visual negativo, ocorrência de vetores de doença com proliferação de insetos e roedores, e a presença de animais domésticos (porcos, bodes e galinhas) para consumo humano.


O diagnóstico teve a participação de seis estudantes colaboradores dos cursos de Engenharia de Biossistemas, de Tecnologia em Agroecologia, de Engenharia de Produção e de Engenharia de Biotecnologia e de Bioprocessos.


Os dados foram levantados através de pesquisa bibliográfica, registro fotográfico, visitas in loco, visitas domiciliares, mapas topográficos, questionários e imagens de satélite. A Pesquisa Bibliográfica foi utilizada como definição dos principais eixos temáticos do trabalho. As visitas in loco, guiadas pelos mapas topográficos e imagem de satélite, foram trabalhadas para o reconhecimento da área do lixão e o seu entorno, sendo estes passos essenciais para a definição dos atores chaves para aplicação dos questionários e visualização dos elementos centrais da Proposta de Plano de Ação para o Lixão Municipal de Sumé. 


Para o levantamento das condições ambientais da área e dos aspectos socioeconômicos dos atores sociais relacionados ao lixão municipal de Sumé, a pesquisa centrou-se na coleta de informações mediante a aplicação de questionários e observações de campo. Os questionários foram aplicados a 28 pessoas e teve a finalidade de conhecer o nível de percepção socioambiental da Sociedade Civil e dos catadores de resíduos sólidos recicláveis atuantes no lixão.


De acordo com o professor Hugo Morais, presidente da comissão, “em sua fase preliminar, o diagnóstico socioambiental, possibilitará que seja feita uma avaliação de como os catadores de lixo trabalham naquele ambiente, como a comunidade do entorno está visualizando esse lixão próximo a sua residência e como se dá a relação entre os atravessadores que se utilizam do serviço dos catadores para adquirir e transportar esse material para outras cidades”. “Parte do lixo é retirado, o restante fica depositado no solo e não está sendo tratado. É uma área ainda em expansão e com ações danosas ao meio ambiente”.


O Diagnóstico foi entregue a Diretoria de Centro, que o encaminhou para a Prefeitura do Município de Sumé, visando auxiliá-la e subsidiar suas estratégias de ações em relação ao lixão municipal. “Nós reunimos dados e a nossa perspectiva é que realmente através desses subsídios de informações possamos sensibilizar não só a comunidade em geral, mas também, os gestores públicos no sentido de realmente promover mudanças”, destacou a professora Alecksandra Vieira de Lacerda, integrante da comissão.


“Através do diagnóstico, visualizamos ainda a questão da bacia hidrográfica. Por isso, estamos tentando ver quais são os riachos que podem estar contaminados, não só as águas superficiais, mas também, as águas subterrâneas. Além disso, estudaremos o solo, realizando coletas de material para identificar o nível de impacto causado pelo lixão, estabelecendo pontos de coleta dentro, antes e depois do lixão para ver até onde chega e quanto chega de substâncias contaminantes”, finalizou.


(Rosenato Barreto - Assessoria de Imprensa CDSA/UFCG)


Data: 24/02/2011