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Aventura e cidadania: a UFCG no Projeto Rondon

O que leva uma pessoa a trocar o descanso das férias, no conforto do lar, podendo acordar à hora que quiser, por uma temporada repleta de restrições, no meio da selva, a milhares de quilômetros de casa, cumprindo uma jornada de mais de 12 horas diárias, muitas vezes sob chuvas torrenciais?

 

“No meu caso, a busca por contribuir de alguma forma com a sociedade, além de uma boa dose de espírito aventureiro”, confessa o professor José Irivaldo, do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) da UFCG, campus de Sumé, que coordenou, em janeiro deste ano, a equipe da UFCG que participou da Operação Carajás do Projeto Rondon.

 

As atividades foram realizadas no município de Ananás, no estado do Tocantins. Até lá, foram mais de dois dias de viagem, saindo de Campina Grande, incluindo um treinamento básico de sobrevivência no Batalhão de Infantaria de Selva, em Marabá, no Pará, juntamente com outras 49 equipes.

 

“Foi muito interessante conhecer o dia-a-dia dos militares, sua rotina, sua disciplina. Bastante enriquecedor”, comenta a estudante Paula Fonseca da Silva, 25 anos, do curso de Licenciatura em Biologia do Centro de Educação e Saúde (CES), campus de Cuité. Juntamente com seus colegas, ela aprendeu, dentre outras coisas, a fazer fogo e achar água na selva. Também conheceu animais venenosos e aprendeu como lidar com eles sem se machucar.

 

Para o estudante João Paulo de Lacerda, do curso de Medicina Veterinária, do CSTR, um momento marcante foi colocar um filhote de onça nos braços. “Foi emocionante”, relembra o rondonista, que em Ananás realizou diversas ações, como cursos de Informática, palestras sobre cidadania e implantação de hortas comunitárias.

 

Em Ananás

 

Foram 15 dias de intensa atividade. A rotina era puxada. “Acordar às 6h e dormir à meia-noite”, resume o professor Irivaldo. “Logo cedo íamos à rádio local divulgar as atividades. Às 8 horas nos deslocávamos para as escolas e locais de realização dos cursos e oficinas. Voltávamos para o almoço. Saíamos às 14h para novas atividades. Jantávamos às 18h. Às 19h, mais cursos e oficinas. Às 22h fazíamos uma reunião de avaliação do dia”. No total, foram realizadas 28 atividades, beneficiando mais de 1.000 moradores do município.

 

Segundo o professor Irivaldo, participar do Projeto Rondon foi uma experiência enriquecedora. “Aprendemos que a academia não é suficiente para a integralização da formação do aluno e do professor. É preciso sair, conhecer os problemas de nosso país”, disse.

 

“É um momento único, em que o aluno pode pôr em prática todo o conhecimento que teve na vida acadêmica”, afirma Iuzianny Rebeca Barbosa, 22 anos, do curso de Desenho Industrial do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), campus de Campina Grande, que atuou como monitora da Oficina de Brinquedos Recicláveis, bem como professora de Inglês,Português e Informática.

 

Já para a estudante Paula Fonseca, o principal ensinamento é que podemos, sim, fazer algo pelo outro. “Temos plena capacidade de mudar a realidade daqueles que vivem em situação mais difícil que a nossa. Temos a oportunidade de conhecer realidades completamente diferentes e maneiras de pensar distintas. E não há nada nesse mundo mais gratificante do que ajudar. É, acima de tudo, uma lição de vida”, finalizou.

 

(Kennyo Alex - Ascom/UFCG)


Data: 28/03/2011