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Pesquisadores desenvolvem composto inseticida eficaz no combate à dengue

O mosquito Aedes aegypti, pertencente à família culicidae, é o principal vetor da dengue

 

A dengue é uma doença infecciosa aguda de curta duração que, causada por um arbovírus do gênero Flavírus, apresenta gravidade variável, existindo sorotipos dos tipos (1, 2, 3 e 4).

 

No Maranhão, a doença encontra-se disseminada em todo o estado, com distribuição elevada do mosquito na Amazônia Maranhense e na Ilha de São Luís, por constituírem as rotas de maiores fluxos migratórios da população e do escoamento de produtos entre o Maranhão e os estados vizinhos. E por serem áreas onde estão localizados os grandes centros urbanos e econômicos do estado.

 

O controle da dengue vem sendo um dos maiores desafios da saúde pública do País, e o único modo possível de evitar a introdução de um novo tipo de vírus da dengue é a eliminação do transmissor, o Aedes aegypti, que também pode transmitir a febre amarela.

 

Visando o controle dessa doença, os professores Adriana Leandro Câmara, Maria Célia Pires Costa, Mamede Chaves e Silva, e a bolsista Paula Eillany Silva Marinho, ambos da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), desenvolveram um projeto de pesquisa intitulado Efeito do Extrato hidroalccólico das folhas do Nim Indiano (Azadirachta indica A. Juss) no controle do Aedes aegypti.

 

O Nim, cientificamente conhecido por Azadirachta indica A. Juss, originária da Índia, possuidora de propriedades químicas especiais, vem sendo utilizada no controle de insetos, pragas, nematóides, bactérias, fungos, piolhos e carrapatos, na medicina humana e animal, e, ainda, em reflorestamento, dentre outras finalidades.

 

Os extratos dessa planta têm sido eficazes sobre larvas de insetos do Aedes aegypti, vetor da dengue, assim como do gênero Anopheles, o principal vetor da malária, e do Culex vetor da elefantíase.

 

Já o extrato hidroalccólico das folhas do Nim Indiano, de acordo com os pesquisadores da Uema, é bastante eficaz sobre ovos e larvas do mosquito. O estudo minucioso desse composto levou esses pesquisadores à elaboração de um Processo de Preparo e Aplicação de Compostos Inseticidas obtidos a partir do Extrato Hidroalcoólico das Folhas do Nim (Azadirachta indica A. Juss) para Eliminação de ovos e larvas do Aedes aegypti. Invenção essa, que os conduziu ao pedido de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).

 

Segundo a professora Maria Célia Pires Costa, "o composto inseticida obtido do extrato eliminou 100% dos ovos e 76% das larvas de Aedes aegypti". Ela afirmou ainda que o extrato resultante desta invenção "é um inseticida viável de fácil manipulação e que pode futuramente ser comercializado e utilizado em campanhas de controle do mosquito, objetivando eliminar os vírus circulantes da dengue", destacou.

 

(Jornal da Ciência)


Data: 24/05/2011