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Dicas de como fazer um projeto de pesquisa e concorrer a uma bolsa de estudos

Pensar no tema adequado e seguir as regras dispostas no edital são alguns dos itens indispensáveis para ter sucesso em seu projeto de pesquisa

 

Até 2014, o Governo Federal pretende conceder 100 mil bolsas de estudo com o Programa Ciência Sem Fronteiras. Serão beneficiados alunos de graduação, pós-graduação, pesquisadores, especialistas e jovens cientistas que tenham interesse em estudar no exterior.

 

Cada aluno bolsista receberá a quantia de US$ 800 mensais, além de passagem aérea, seguro-saúde, auxílio instalação e, em alguns casos, algumas taxas da universidade. As bolsas proporcionarão estudos no exterior e a possibilidade de realizar um estágio em uma empresa estrangeira.

 

Pensando nisso, a Universia Brasil preparou algumas dicas de como fazer um bom projeto de pesquisa e concorrer a uma bolsa de estudo. Confira a seguir:

 

Fique atento ao edital

 

Todos os programas de bolsa de estudo - sejam eles para o desenvolvimento no Brasil ou no exterior - divulgam antes do período de inscrições um ato escrito oficial com determinações e avisos, o edital.

 

Nele, o candidato encontra informações valiosas sobre todo o processo de inscrição, os pré-requisitos para participar do programa, o que será avaliado na candidatura e como poderá desenvolver o projeto de pesquisa.

 

Para iniciar um bom projeto de pesquisa, portanto, é essencial que o bolsista leia atentamente esse escrito e esteja por dentro das regras que compõem o seu programa.

 

Defina um bom tema

 

De acordo com o professor doutor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) José Armando Valente antes mesmo da divulgação do edital, o candidato à bolsa de estudo deve pensar em um tema para desenvolver o projeto de pesquisa. "Ele deve escolher um assunto de seu interesse. Com isso, ele pode formular a questão da pesquisa e delimitar seus objetivos", diz.

 

Alguns programas determinam a área de atuação do estudante, como os temas voltados somente para saúde ou tecnologia. Nestes casos, os objetos de estudo são mais restritos, o que não significa que serão menos interessantes ou originais. "É importante que o aluno defina o tema da pesquisa e verifique, por meio da literatura, o que já foi feito sobre o assunto para não ser repetitivo", destaca o professor Valente.

 

No caso da iniciação científica, normalmente o aluno adere ao tema definido pelo orientador, como diz o assessor técnico da Presidência do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Felizardo Penalva da Silva. "Nesse caso, especificamente, o bolsista apenas adere ao projeto em andamento e coopera no desenvolvimento, mas alguns orientadores propõem subprojetos para alunos já iniciados", declara.

 

Desenvolvimento do tema

 

A estrutura de um projeto de pesquisa apresenta alguns itens indispensáveis que organizam o texto e dispõem as ideias e objetivos de forma clara para a leitura da comissão julgadora. De acordo com o professor doutor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) José Armando Valente fazem parte destes itens a introdução, que deve contemplar tema da pesquisa, justificativa, referencial teórico e delimitação do problema; o objetivo geral, que indica o que vai ser atingido com o projeto; o objetivo específico, que esclarece as ações para atingir o objetivo geral; a metodologia, que descreve como e onde foi feita a pesquisa e o cronograma, indicando o tempo que cada ação levou para ser realizada.

 

O professor também diz que para simplificar o desenvolvimento do projeto, o bolsista deve facilitar o processo de pesquisa escolhendo um tema de seu real interesse. "O aluno não deve complicar a pesquisa escolhendo um tema que não tenha afinidade, por exemplo. Ele deve ser simples, mas dentro dessa simplicidade mostrar que tem condições de atingir os objetivos propostos."

 

O que é avaliado

 

Escolher o tema e desenvolver o projeto de pesquisa após saber as regras do edital são algumas das fases de pesquisa da bolsa de estudo, mas para obter sucesso é interessante que o aluno tenha em mente o que será avaliado nesse trabalho.

 

Segundo o professor doutor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) José Armando Valente melhor avaliado é o projeto de pesquisa que utiliza uma metodologia apropriada ao objetivo apresentado pelo bolsista.

 

"A comissão vai julgar alguns itens do projeto de pesquisa, mas no geral pode-se dizer que a coerência entre os objetivos e a metodologia apresentada é ponto fundamental para uma boa avaliação", completa.

 

De acordo com Silva, outro aspecto avaliado é a competência. "A comissão verifica se o proponente tem formação adequada para executar o projeto. E é feita também uma análise do currículo do bolsista", afirma.

 

Saber outros idiomas

 

Dominar outro idioma não é pré-requisito para se candidatar a algumas bolsas de estudo, mas pode ser fator importante para ajudar o aluno na busca por informação.

 

Segundo o professor doutor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) José Armando Valente, ter conhecimentos da língua inglesa, por exemplo, podem auxiliar o bolsista. "O inglês é a língua da ciência, hoje, e dominá-lo é fundamental para ter acesso à literatura estrangeira e até para divulgar os resultados da pesquisa feita", completa.

 

(Universia)


Data: 09/08/2011