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Encontro discute avaliação, assimetrias e internacionalização da pós-graduação brasileira

As conferências e mesas de discussão do 27° Encontro Nacional dos Pró-reitores de Pesquisa e Pós-graduação (Enprop) colocaram em pauta, nos dias 1° e 2 de dezembro, assuntos como avaliação, assimetrias e desafios da pós-graduação brasileira. Os debates contaram com a participação de representantes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior da (Capes). O evento foi realizado em Belém (PA) no período de 30 de novembro a 2 de dezembro.

PPG em associação e em rede
Em sua explanação na discussão acerca dos “Programas de Pós-graduação em Associação e em Rede”, o diretor de Avaliação da Capes, Lívio Amaral, apontou a necessidade de rever e propor uma conceituação para a variedade de associações identificadas, assim como os critérios de avaliação destes em relação aos que não são em rede. “Esse é um assunto que deve ser discutido, devido à sua importância regional. Em locais onde não há massa crítica para a condução isolada por um grupo de professores, faz-se necessária a união de diferentes grupos regionais com o objetivo de consolidação de certas temáticas”, explicou Amaral.

Assimetrias regionais
A mesa “Assimetrias no Sistema Nacional de Pós-graduação” teve como base o capítulo 7 do Plano Nacional de Pós-graduação 2011-2020, no qual é apresentado estudo sobre a distribuição geográfica da Pós-graduação no Brasil. A íntegra do estudo foi apresentada pelo pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Danilo Giroldo.

O estabelecimento de programas de pós-graduação em redes de pesquisa alinhadas à vocação regional, reversão de indicadores socioeconômicos favoráveis e aproximação da pós-graduação à educação básica, foram apontados pelo representante do Diretório Nacional do Fórum de Pró-Reitores de Pós-graduação e Pesquisa (Foprop), Hélio Hey, como opções ao encurtamento das assimetrias. “Onde existe Ideb baixo e pós-graduação forte, é necessário aproximar essas duas áreas para que uma ajude a outra”, disse Hey.

Segundo o diretor de Programas e Bolsas no Brasil, Emídio Cantídio, a Capes já faz um trabalho de indução com vistas à redução da assimetria em áreas, por meio de programas como Ciências do Mar e Pró-Engenharias. No entanto, o diretor ressalta que esta ação deve ser um trabalho conjunto. “No tocante à assimetria regional, em especial da região Norte, o Brasil todo deve fazer um trabalho conjunto em prol da região”.

Avaliação
O presidente do 27° Enprop e coordenador regional do Norte do Foprop, Emmanuel Tourinho, apresentou na mesa “A Avaliação da Pós-graduação”, o documento síntese das discussões realizadas entre os fóruns regionais presentes no encontro acerca da avaliação realizada pela Capes.
  
Além de atribuir o sucesso da avaliação à coordenação da Capes, à utilização de critérios transparentes e à participação dos pares, o documento ressaltou a importância de aliar a avaliação ao fomento. “O casamento entre avaliação e fomento induz os programas a um esforço de qualificação crescente, já que existirá uma contrapartida. O que não quer dizer que os programas em formação não terão apoio, mas sim apoio diferenciado”, explicou Toutinho.

Como possíveis avanços à avaliação, foram citadas a inclusão de uma variável contexto regional e institucional no exame das propostas de regiões com recursos humanos mais escassos; a valorização da autoavaliação e a integração da avaliação de cursos acadêmicos e profissionais, entre outros.

Ciência sem Fronteiras
A Diretoria de Relações Internacionais da Capes também esteve representada na mesa “A Internacionalização da Pós-Graduação”, discussão de encerramento do evento. A coordenadora geral de Bolsas no Exterior, Maria de Fátima Battaglin, além de apresentar a estrutura de trabalho da diretoria, explicou as principais diretrizes do programa Ciência sem Fronteiras.

Battaglin ressaltou a expressiva adesão de estudantes de todo o país à primeira chamada pública realizada pela Capes, que contabilizou cerca de 7.000 inscrições para a modalidade graduação sanduíche nos Estados Unidos da América. A coordenadora esclareceu ainda que apesar dos esforços no Ciência sem Fronteiras, a Capes continua atuando normalmente em suas outras frentes. “É importante lembrar que as áreas não contempladas pelo Ciência sem Fronteiras continuam sendo fomentadas por meio dos outros programas da Capes”, explicou Battaglin.

Para o representante da Associação de Assessorias de Instituições de Ensino Superior Brasileiras para Assuntos Internacionais e também componente da mesa, José Celso Freire Junior, a internacionalização da pós-graduação deve ser uma prioridade, alcançada por meio de objetivos claros e mensuráveis, persistência, adaptabilidade e engajamento de professores e unidades acadêmicas. “A internacionalização deve ser tornar um imperativo institucional e não uma possibilidade desejada’’, afirmou Freire.

(Capes)


Data: 06/12/2011