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Ajustes na Plataforma Lattes estimulam a divulgação científica

Em breve dois novos critérios de avaliação do pesquisador serão inclusos na Plataforma Lattes, disponível na internet desde 1999. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI ) disponibilizará duas abas, uma na qual o pesquisador colocará informações sobre a inovação de seus projetos e pesquisa; e na outra, listará iniciativas de divulgação e educação científica.

 

Hoje, o Lattes fornece dados de alta qualidade com cerca de 1,8 milhões de currículos e quatro mil instituições cadastradas, sendo que 8% destes currículos são de doutores e cerca de 13% de mestres. A Plataforma representa a experiência do CNPq na integração de bases de dados de currículos e de instituições da área de ciência e tecnologia em um único Sistema de Informações, cuja importância atual se estende, não só às atividades operacionais de fomento do CNPq, como também às ações de fomento de outras agências federais e estaduais.

 

Segundo o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, as duas novas abas promoverão um maior contato da sociedade com a ciência e estimularão ainda mais a inovação. “Se antes os cientistas faziam suas pesquisas em laboratórios fechados e pouco divulgavam seus trabalhos por considerar ser papel do jornalista ou professor levar a informação científica à sociedade, hoje percebemos que isso não é o suficiente. O país precisa de uma ciência cada vez mais antenada com a sociedade, e para isso, o cientista deve reconhecer o seu papel de engajamento no cotidiano das pessoas. Foi nesse contexto que percebemos a necessidade de criar novos critérios de avaliação, que deverão aumentar o conhecimento da sociedade sobre as atividades científicas e estimular o processo de inovação”, afirma.

 

Oliva avalia ser fundamental a inserção das novas abas, já que no Brasil há um fosso profundo entre aqueles que fazem ciência e os que a consomem. “A sociedade não conhece com profundidade todas a riqueza da ciência brasileira e nem que ela tem contribuído para o desenvolvimento nacional e para o bem estar das pessoas. Isso ocorre porque ainda há pouco diálogo dos pesquisadores com a sociedade. Estes são pagos e financiados por ela, por isso têm a responsabilidade de prestar contas e informar sobre aquilo que fazem. As pessoas precisam usar a ciência no seu dia a dia, e não só terem consciência dela”, pontua.

 

Divulgação e educação científica

O novo item de avaliação do CNPq terá em conta o que os cientistas fazem para levar seu trabalho ao público e para promover a educação científica. O CNPq avaliará na aba divulgação, por exemplo, se os cientistas têm blogs pessoais sobre ciência, se divulgam à mídia os resultados dos seus trabalhos, se proferem palestras ou participam de feiras de ciência em escolas, por exemplo. Se antes se valorizava apenas a atividade acadêmica cientifica do profissional na hora de avaliar o seu desempenho, hoje o pesquisador precisa se conscientizar da importância de se fazer divulgação.

 

Esse item contará na avaliação de produtividade do pesquisador, sendo que todas as áreas serão analisadas pela divulgação científica. Além disso, o CNPq desde de junho de 2011 exige, na submissão eletrônica das propostas de pesquisa e nos relatórios eletrônicos de concessão científica, que o pesquisador escreva em linguagem clara, para não especialistas, o porque do seu estudo ser relevante e os resultados alcançados. O CNPq espera com essa medida criar um banco de dados para alimentar os jornalistas, que poderão ter acesso a uma busca por tema, área geográfica, instituição, entre outras opções. Para que se tenha ideia da quantidade de relatórios, só o Edital Universal, leva hoje anualmente cerca de 15 mil propostas de pesquisa para o Conselho abrangendo todas as áreas do conhecimento.

 

Mundo inovador 

Sabe-se que estimular a inovação também é uma importante missão do CNPq. Neste sentido, junto com a aba sobre divulgação, a agência criou também um outro espaço que pede que os cientistas descrevam a inovação de suas pesquisas. Segundo o presidente Oliva, a ciência moderna, esta intrinsecamente associada à inovação, por isso é preciso estimular cada vez mais as empresas a se apropriarem do conhecimento gerado na academia, para gerar riquezas e serviços úteis à sociedade.

 

“Precisamos aproximar mais as universidades das empresas para que estas se tornem mais competitivas no mercado externo. É imperativo disseminarmos a cultura da inovação nas cadeias produtivas, diminuirmos também a burocracia e os custos para o registro de patentes e estimularmos ainda mais os empreendedores tecnológicos. Só assim, com esta sinergia entre o governo, a academia e o mercado, o Brasil alçará voos mais altos”, ressalta.

 

(Assessoria de Comunicação Social do CNPq)


Data: 14/03/2012