Em Dia com a Poesia Meu Porto Alegre Meu Porto Alegre Dos sonhos, Minhas memórias, Minhas imagens, Vêjo-me em teus Recantos,avenidas E, paisagens... Rio Guaíba, rua da paraia, Praça XV, e mercado... Sou refém de teus Encantos Sou fantasmas em tuas Paisagens... Meu Porto Alegre Dos sonhos, Minhas memórias, Minhas imagens, Vêjo-me em teus Recantos, avenidas E, paisagens... Parque da Redenção, Igreja do Bomfim, Esquina da Augusto Pestana, Que saudade, Aí de mim! Meu Porto Alegre Dos sonhos, Minhas memórias, Minhas imagens, Vêjo-me com o teu Povo, Falando tua linguagem... Pila e piá, Guri e guria, Bá, que Grenal, Que notícia trilegal, No Zero Hora, Todo dia... Meu Porto Aegre dos Sonhos, Minhas memórias, Minhas imagens, Sou refém dos teus Encantos, Sou fantasma em tuas, Paisagens... Quando paro num Porto triste, Peço a Deus, Um milagre, Leve-me á Porto Alegre, Minhas memórias, Minhas imagens. Maria das Graças de Lucena Barbosa. Não Rezo Mais Na Tua Cova Rezei de novo, Na tua cova Vi de novo Assombração, Era um dragão cuspindo Fogo, Arco e flecha Na mão. Olhos esbugalhados, Dedo em riste, Gritaria, Cenas do inferno, Aí meu Deus que agonia! Rezei de novo, Na tua cova, Vi de novo, Assombração, Era um dragão, Cuspindo fogo, Arco e flecha, Na mão. Fiquei cega, Fiquei muda, Tremeu meu Corpo, Tremeu o chão, Exatamente ao Meio dia, Aí meu Deus, Que aflição! Não rezo mais, Na tua cova, Nem de noite, Nem de dia, Cruz, credo, Ave Maria, Eu quero mais É sossego, Paz e harmonia. Maria das Graças Lucena Barbosa. Eu e a Minha Dor Todos estão na praça... Cães de guarda, Aviões de caça, Cara pálidas, Extintor... Pra onde é que eu vou??? Cadê, minha estrela Guia, Aquela que me alumia, Nessa vida, Vazia...??? Do dia fez-se, Noite, Da noite fez-se, Dia, Aonde está, Minha estrela Guia, Aquela que me, Alumia, Nessa vida vazia...??? Todos estão na praça.... Cães de guarda, Aviões de caça, Cara pálidas, Extintor... Pra onde é que vou??? Todos estão na praça... Ilesa já não estou... Acuda-me,por favor, Antes que seja tarde, E, eu não suporte, essa dor!!! Maria das Graças de Lucena Barbosa
Éramos Trinta e Três (Aos meus colegas do DAC/UFCG) Eramos trinta e três, Agora quantos somos? Nem sei... Muitos dos nossos partiram, Seguiram seus caminhos, Saga maldita dos Fernandos, Seus comparsas, Seus vizinhos. Éramos trinta e três, Agora quantos somos ? Nem sei... O silêncio da noite, O vazio das escadas, Portas fechadas, Luzes apagadas, Entre a luz e a sombra, Poucos sobreviventes Pesadelo frequente, Perseguindo minha mente... Éramos trinta e três, Agora quantos somos? Nem sei... Noites frias do mês de junho, Fogos e fumaça no ar, Fico horas a espreitar, Sei que não tarda, Eles vão chegar... E, eles vão chegando, um a um... Bem devagar... São de hoje, são do momento, Aguardam, esperam, e confiam, No seu tempo, seu tempo, seu tempo... E, eu também, Vou bem devagar, Vou ao encontro deles, Vou cumprir o meu destino, Um pouco de tristeza, Um pouco de pesar, Será que vão notar? Éramos trinta e três, Agora quantos somos? Nem sei... Do dia fêz-se noite, Dormi e acordei, Mas, ainda vou ter que esperar, Esperar, esperar, esperar, O tempo correr, o tempo passar... Passar, passar, passar... Noites frias do mês de junho, Fogos e fumaça no ar, Eu, e as minhas lembranças, Eu, e a minha sala... Eu, eles e um recado pra dar... Tudo mudou, e, ainda vai ter que mudar... Mudar, mudar, mudar... Éramos trinta e três... Maria das Graças de Lucena Barbosa Data: 23/03/2012 |