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Brasil é 72º em ranking de inclusão digital

O Brasil é o 72º país no ranking mundial de inclusão digital. Com uma taxa de inclusão de 51,2%, o País está acima da média mundial de 49,1%, aferida em 156 países.

 

O levantamento foi divulgado nesta terça (31) pela Fundação Getulio Vargas a partir de dados do Instituto Gallup, que aferem o índice ITIC de inclusão digital. O ITIC mede o acesso de pessoas com 15 anos ou mais à telefonia móvel e à telefona fixa, além do computador residencial e ao acesso à internet em casa.

 

A Suécia, com ITIC de 95,8%, lidera o ranking, seguida pela Islândia (95,5%) e Cingapura (95,5%). Os piores países do ranking estão na África: são a República Centro Africana (5,5%) e o Burundi (5,8%).

 

Para o economista do Centro de Políticas Sociais (CPS/FGV) Marcelo Neri, que coordenou a pesquisa, "o celular é a plataforma que puxa a inclusão digital no Brasil". Sem contabilizar o acesso à telefonia móvel, o ITIC brasileiro cairia para 39,3%.

 

No País, as desigualdades também são grandes. Os municípios com melhor desempenho são aqueles onde a população possui maior renda e nível escolar. A lista é liderada por São Caetano do Sul (SP), com ITIC de 82,6%, seguida por Santos, com 78,1%, e Florianópolis, com 77%. As três têm índices semelhantes aos dos países considerados os mais inclusivos do mundo.

 

No outro extremo, os municípios de Fernando Falcão, no Maranhão (3,7%); Chaves, no Pará (3,78%); e Uiramutã, em Roraima (4,5%) assemelham-se às nações africanas de pior desempenho.

 

A mesma lógica se aplica aos bairros das metrópoles brasileiras. Moema, em São Paulo, é o distrito com maior índice de inclusão digital (93%). No ranking global, o bairro ficaria na quinta melhor posição, entre a Nova Zelândia e a Holanda. No Rio de Janeiro, a Lagoa é o distrito com maior índice de inclusão (88,9%).

 

Nos centros urbanos brasileiros, mesmo as favelas apresentam taxa de inclusão digital acima da média mundial de 49,1%. O complexo da Maré, com ITIC de 55,9%, Jacarezinho (54,4%) e Complexo do Alemão (50,8%), todos no Rio, também estão acima da média brasileira, de 51,2%.

 

Para Neri, o bom desempenho das favelas está baseado na propagação do uso dos telefones celulares. Por ser um dispositivo mais barato e tecnologicamente acessível, "o celular é a tecnologia que está onde os pobres estão, seja na África ou no Norte e Nordeste [do Brasil]", disse o economista. O aumento da telefonia móvel na última década acompanha o crescimento da classe C, afirmou Neri. "O celular é o símbolo da nova classe média". Para o economista, o aparelho é a plataforma ideal para a inclusão digital das classes mais pobres.

 

Entre 2001 e 2009, o acesso dos brasileiros à telefonia móvel cresceu 165%, passando de 30% para 81,5% dos domicílios, segundo dados da Pesquisa Nacional de Domicílios (Pnad) do IBGE. O salto se contrapõe ao recuo de 14% da telefonia fixa nas residências no mesmo período.

 

Atualmente 87% dos domicílios brasileiros têm cobertura de telefonia móvel, enquanto os computadores com internet estão em apenas 40% dos lares do País. Na média mundial, esses números são respectivamente de 79,9% e 36,2%.

 

(Valor Econômico, disponível em Jornal da Ciência)


Data: 01/08/2012