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Artigo - A pós-graduação na UFCG, ações e repercussões

Rômulo Navarro

 

 

Nestes últimos quase quatro anos, formamos uma equipe de servidores abnegados e competentes que nos permitiu transformar todas as atividades administrativas e universitárias da Pró-reitoria de Pós-graduação (PRPG.). Dentre as principais ações podem ser destacadas:

 

1.     realização dos registros de mais de 2500 diplomas de mestrado e doutorado, fizemos o mesmo com os certificados de especialização, em um total de mais de 1000;

2.     composição e finalização do plano de capacitação, em desenvolvimento desde 2003, proporcionando a inserção da UFCG no PLANFOR e na reativação do PRODOUTORAL;

3.     estruturação do setor de programas e bolsas, responsável pela implementação de bolsas e acompanhamento da utilização dos recursos PROAP, além de toda interlocução administrativa com a CAPES;

4.     estruturação do setor de acompanhamento de afastamento para capacitação, proporcionando pela primeira vez a oportunidade do servidor se ausentar já de posse de sua portaria respectiva;

5.     estruturação do setor de diplomas, permitindo a expedição de diplomas de mestrado ou doutorado em menos de 24 h após dar entrada na PRPG;

6.     adequação à legislação vigente dos procedimentos de reconhecimento de diplomas obtidos no exterior;

7.     realização permanente de reuniões de indução e de apoio à proposição de cursos de mestrado e doutorado, destacando-se as feitas com docentes da área de educação, desenho industrial, petróleo, enfermagem, psicologia e medicina, no campus de campina grande; química e ciências naturais, com docentes de Cuité; agronomia e agroindústria, com docentes de Pombal, letras, com docentes de Cajazeiras;

8.     das ações acima, redundaram o mestrado acadêmico de horticultura tropical e o mestrado profissional em sistemas agroindustriais em Pombal, projetos de dinter para as áreas de enfermagem, medicina e psicologia, para formação de massa crítica necessária à proposição de APCN para essas áreas, o PROFLETRAS a ser implantado em Cajazeiras, o projeto de mestrado em ciências naturais em Cuité, e a visita do coordenador da área de arquitetura e design da CAPES, e na quase certa aprovação do mestrado em exploração mineral;

9.     Colaboramos fortemente no apoio institucional decisivo para a instalação do mestrado profissional em rede em matemática, PROFMAT, do mestrado profissional em engenharia elétrica, e do doutorado associado entre UFCG e UFPB em matemática.

 

Organizada internamente, a PRPG pode fazer projetos audaciosos, no período entre março de 2009 e dezembro de 2012, como os de aumento significativo no número de bolsas DS (161 para 340, mestrado; 65 para 233, no doutorado), nos recursos do PROAP, de pouco mais de R$ 600 mil para quase R$ 2 milhões), na aprovação percentual de recursos do CTINFRA (de menos de 30% para mais de 80%) e do PROEQUIPAMENTOS (de 60% para 100%) – aprovação maciça de projetos de bolsas para pesquisador visitante nacional sênior (2 enquanto a UNB aprovou 1, por exemplo) e do programa institucional de bolsas para estágio de pós-doutoramento, PNPD, 1,5 bolsa por curso de doutorado, contra uma média de menos de 1 por  curso, isso tudo, infelizmente, sem que fosse produto do aumento significativo do número de cursos (16 para 18 mestrados, nenhum doutorado e 2 mestrados profissionais sem bolsa), do aumento do conceito médio dos cursos (que no mestrado baixou de 3,88 p 3,83 e o doutorado que aumentou de 3,9 para 4,5), o que, por si só, garantiria aumento do número de bolsas e do PROAP. Esses fatores aumentaram graças ao trabalho de prospecção da PRPG.

 

A PRPG da UFCG tem, hoje, conceito elevadíssimo no âmbito da CAPES pela presteza no cumprimento de prazos, pela adequada prestação de contas e pela correção nas informações prestadas. Como resultado, estamos entre as IFES com maior percentual de bolsas por número de alunos sem emprego (92,44% no mestrado e 92,3% no doutorado), e com a maior relação de bolsas por programa dentre IES de mesmo porte; 28,65 bolsas DS por programa, elevando-se para 47,35 bolsas por programa, quando são incluídas as bolsas REUNI, tão criticadas pelos adversários do reitor. Até 2009, tínhamos posição meramente decorativa.

 

Nesta última reunião que tenho com vocês, ainda como integrante da equipe do Prof. Thompson Mariz, gostaria de fazer a minha apresentação para aqueles que ainda não conhecem meu trabalho e de pedir desculpas para os demais que já me conhecem, por terem de ouvir novamente.

 

Cheguei à PRPG, em março de 2009, vindo da SEPLAN, com a missão de estruturar a pró-reitoria. Essa função foi a mim delegada pelo reitor com base em minha experiência administrativa de coordenador de curso, chefe de departamento, coordenador de programa do REENGE, diretor-técnico da FUNCETI, atual FAPEP, diretor científico da FAPESQ, diretor-técnico da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba, coordenador de planejamento e pró-reitor adjunto da PRAI/UFPB, coordenador de avaliação institucional e coordenador de convênios da PROPLAN/UFCG, pró-reitor de planejamento e desenvolvimento da UFCG, pró-reitor chefe da secretaria de planejamento e orçamento da UFCG.

 

Desde minha chegada à PRPG, tenho ouvido certos comentários fazendo ilações sobre a inadequação de meu currículo ao cargo. Nunca me preocupei em desfazer tais comentários por não ser necessário. Entretanto, há momentos em que, por falta de resposta adequada, pode prevalecer a máxima do que quem cala consente. Sendo assim, e tomando por base os cáusticos comentários feitos pelos professores medeiros e alves e alguns poucos apoiadores, durante o recente processo eleitoral, deixarei um pouco a modéstia de lado e passarei a apresentar  pequenos, mas importantes, trechos do meu currículo como professor, pesquisador e autor de livros, visto que o de administrador não se mostra mais necessário.

 

Esses acusadores dizem que não tenho experiência com pós-graduação. Antes mesmo que eles tivessem o prazer de publicar o primeiro trabalho de importância ou orientar o primeiro aluno de PIBIC, eu já estava concluindo minhas primeiras orientações no mestrado em engenharia química, na área de materiais. Exatamente por isso, fui um dos palestrantes principais do I Congresso Brasileiro de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais, realizado na UFSCar, nos idos de 1991.

 

Durante minha atuação no programa de pós-graduação em engenharia química e posteriormente no de ciência e engenharia de materiais, fui frequentemente convidado para ministrar cursos e orientar alunos em programas dessas mesmas áreas na UFS, UCS, no SENAI/CEMATEC – BA, na UFPE, dentre outras IES.

 

Da experiência em sala de aula e do conhecimento agregado nas pesquisas realizadas, pude publicar 4 livros, um dos quais em parceria com o Professor Petrie da Universidade de New Castle uppon tyne. O primeiro dos livros, publicados pela EDUCS, em 1997, ainda hoje é usado como livro texto em diversas universidades. Para exemplificar, pegarei, da melhor universidade do País, a USP, o programa de algumas disciplinas: Reologia de Materiais, do departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, da Escola Politécnica, código PMT2415; ainda da USP, Escola de Engenharia de Lorena, mais três disciplinas: LABORATÓRIO DE ENG. DE MATERIAIS IV, LOM3088; REOLOGIA E PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS, LOM3059; PROCESSAMENTO DE MATERIAIS, LOM3235, lá está com destaque o livro Fundamentos de Reologia de Polímeros do professor Rômulo Feitosa Navarro; Esse e outros trabalhos encontram destaque como referência no título mais lido e consultado na indústria petroquímica do país, TECNOLOGIA DO PVC, editado pela maior petroquímica do Brasil a BRASKEM.

 

Bom, mas essas ações dizem respeito à graduação ou à formação técnico-industrial. Certamente. Por isso, devo passar à área da pós-graduação. Dentre os 8 títulos referenciados para os alunos que pretendem fazer o EXAME DE SUFICIÊNCIA PARA INGRESSO NO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA METALÚRGICA E DE MATERIAIS DA POLI/USP, conceito 6 da CAPES, está esse livro também. Não poderia deixar de mencionar a grande utilização desse título e de outros trabalhos como material de referência do livro do Professor Titular da UNICAMP, Marco-Aurélio de Paoli, Degradação e Estabilização de Polímeros, utilizado no programa de pós-graduação em engenharia química daquela instituição, conceito 7 da CAPES, mesmo conceito do programa de pós-graduação em engenharia química da UFRJ, cujos professores não só usam esse e outros dos meus trabalhos como me indicaram para membro emérito da Associação Brasileira de Reologia, que me homenageará por ocasião do 2º Congresso Brasileiro de Reologia, que ocorrerá em Aracajú em 2013. Não fui o homenageado no primeiro congresso, porque não poderia estar presente pela enfermidade de meu pai.

 

Embora não seja preponderante para uma pró-reitoria que é de pós-graduação, devo dizer que não cheguei a ser Professor Associado IV por pontuação administrativa, sempre tive forte e importante atuação na pesquisa. No início, a progressão de adjunto IV para associado I não cabia a doutores de contracheque – tinha que ter produção científica. E isso sempre foi o meu forte. Não vou aqui ocupar o tempo a fazer menção de tudo, mas devo acrescentar que sempre trabalhei na pesquisa. Apesar de não manter contato com o CNPq desde 1986, consegui manter uma produção científica perene e significativa, a ponto de possuir um modelo reológico, que leva meu nome, registrado na European Rheological Society com sede no País de Gales, onde leciona o professor emérito Ken Walters, que foi o palestrante estrangeiro convidado no I Congresso Brasileiro de Mecânica dos Fluidos Não-Newtoinianos, realizado pelo LNCC – Laboratório Nacional de Computação Científica do MCT, congresso esse em que fui o palestrante nacional convidado.

 

Poderia continuar aqui falando nas diversas bancas para as quais sou convidado a participar, nos diversos trabalhos nacionais e internacionais em que meus trabalhos são citados, inclusive na área de física e de ciências sociais aplicadas, das quais deixarei algumas provas com a SODS, nas mais de 40 mil consultas individuais feitas a um trabalho meu publicado na Revista Eletrônica de Materias e Processos, cujo segundo colocado é a segunda parte daquele trabalho que já conta com quase 10 mil consultas, mas devo finalizar dizendo que faço parte de um grupo de pesquisa que tem mais de 250 citações no web of science, enquanto meus detratores sequer são citados.

 

De um tempo para cá, passei a acreditar que, se Deus existe, desconfio que Ele gosta de mim, por me proporcionar oponentes de nível tão irrelevante.

 

Abraços e agradecimentos a todos da comunidade de pós-graduação da UFCG.

 

Campina Grande, 11 de dezembro de 2012

 

 

RÔMULO FEITOSA NAVARRO

 

 

 

Rômulo Navarro é professor Associado IV, da Unidade Acadêmica de Materiais e pró-reitor de Pós-graduação da UFCG desde 2009.


Data: 11/12/2012