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UFCG implanta área experimental com plantas para adubação verde

O Laboratório de Solos do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) da UFCG, campus de Sumé, está implantando áreas experimentais de algumas variedades de plantas já conhecidas do agricultor da região do Cariri para utilização como adubo verde. Estas plantas farão parte de um banco de informações para os agricultores do Cariri para uso no manejo agroecológico dos solos da região.

 

Estão sendo cultivadas a mucuna, a crotalária, a cunhã, o feijão de porco, o guandu, a atriplex e outras espécies cuja adaptação às condições de solo e clima da região está sendo estudada, a exemplo da lab-lab, o tremoço, o nabo forrageiro, a aveia preta e o calapogônio.

 

“Nos conceitos da Agroecologia o solo deve ser visto como um sistema vivo, dinâmico, complexo e biologicamente ativo. Solo fértil é, pois, solo vivo, com muita matéria orgânica e com diversas espécies vegetais, insetos e micro-organismos. Quanto mais matéria orgânica, mais vida terá o solo, melhor nutrida e equilibrada será a planta que nele se desenvolverá. Esse conceito nos remete a ideia de manutenção da cobertura, e nesse contexto, a adubação verde surge como alternativa relevante, desde que as espécies utilizadas são reconhecidas como plantas melhoradoras de solo por que proporcionam melhorias nas suas propriedades físicas, químicas e biológicas”, disse a professora Adriana Meira Vital, coordenadora do Laboratório de Solos.

 

De acordo com a professora, a adubação verde, atividade milenar, é a prática de se incorporar, ao solo, o tecido vegetal não decomposto, visando manter ou aumentar sua fertilidade. “É uma técnica para recuperar os solos degradados pelo cultivo, melhorar os solos naturalmente pobres e conservar aqueles que já são produtivos”.

 

A prática consiste no cultivo de plantas, em sistemas de rotação, sucessão ou consorciação com as culturas de interesse econômico. “As plantas utilizadas como adubo verde têm características recicladoras, recuperadoras, protetoras e condicionadoras do solo e englobam diversas espécies vegetais”, disse.

 

“Considerando o estado de juventude dos solos do Semiárido e o avanço da degradação dos solos na região do Cariri, é fundamental que sejam apresentadas para o homem do campo estratégias que promovam a recuperação e proteção deste recurso natural fundamental à vida no Planeta, a exemplo da adubação verde, prática agrícola que deve ser incentivada e disseminada. Essa prática, além de proporcionar melhor cobertura do solo e manutenção da umidade, possibilita a substituição dos adubos químicos, controla as plantas espontâneas, protege o solo contra os agentes da erosão e radiação solar, recicla os nutrientes perdidos (lixiviados), atua na descompactação, estruturação e aeração do solo, intensifica a atividade biológica do solo, produz matéria-prima para compostagem e melhora a infiltração e retenção de água, dentre outras funções, favorecendo o desenvolvimento das culturas”.

 

(Rosenato Barreto - CDSA/UFCG)


Data: 16/05/2013