Em Dia com a Poesia Negra Negra bonita Negra cheiróoosa Negra inteligente Negra carinhóoosa Negra gostóoosa Negra eficiente Negra tolerante Negra caprichóoosa Negra dengóoosa Negra pura Negra que cura Os males da gente Chicão de Bodocongó Campina Grande, 10 de fevereiro de 2011 Às 10h30min O escrito Frases coladas em papel Escrita por punho decidido O concebido é a marca do autor Na espera de ser compreendido. A coragem lhe impõe um rotulo Lhe impõe um ritmo acelerado Que tem como compromisso Um olhar crítico e desprendido. Despojado de interesses mesquinhos Foge das magoas das frases arrogantes De um complemento mentiroso De um pensar ensandecido. Chicão de Bodocongó Campina Grande, 11 de abril de 2013 Às 13h56min O susto Em um canto da sala existe uma mesa Em baixo da mesa está uma sandália A sandália é usada, suja e maltratada. Em cima da mesa está um copo sujo E a metade de um pão Sugerindo que a outra metade foi devorada. No teto da sala, que é uma sala antiga, Existe um forro de madeira trançada E no centro do teto da sala Existe uma pequena lâmpada Que mal ilumina o recinto. Na parede, um velho relógio Toca as oito badalas desafinadas Assustando um gato que estava dormindo. Uma barata voa nesse espaço, Sem ser perturbada, Mas, de repente é sobressaltada por uma forte rajada de ar Que entra pela janela adentro. Alem da surpresa da barata O vento provoca um pequeno desastre No armário que existe perto da mesa. A porta desse armário, que estava aberta, É arremessada várias vezes em sequencias rápidas Provocando um ruído forte Levando o gato que ainda estava grogue A despertar de vez. Esperto, o gato avista a barata, Que estava à deriva empurrada Pelo vento inesperado. O gato imediatamente se arma E, põem toda carga para alcançá-la, Porém, a investida é mal sucedida. A barata consegue desviar-se da boca do gato E voa agora desesperada para longe daquele inimigo feroz Voa, voa, numa velocidade nunca por ela alcançada. O gato, frustrado, pelo fracasso do bote Se arremessa para mais uma tentativa De alcançar a barata, Que já nessa hora dispunha De uma distância segura do gato. Todavia, em segundos, o espaço entre a barata assustada e o gato feroz, ficou reduzido a poucos palmos, O gato veloz estava muito perto Para desintegrar a barata exausta. Com tudo a favor do gato, Já era favas contadas O desfecho da tragédia da barata, Que excitada pelo bafo da boca do inimigo Voava mais e mais rápido, Aproximado-se mais e mais de uma das paredes da sala. Para o gato, só faltava quase nada para devorar a barata. Para a barata, só faltava um esforço supremo, que o arremessaria para uma altura salvadora na parede, que a deixaria livre de ser triturada pelos dentes afiados do gato. o inevitável finalmente acontece... O gato num esforço supremo joga-se no ar para comer a barata E a barata num esforço supremo joga-se para o alto e consegue Chegar ao porto seguro, distante dos dentes e língua do gato, Na parede salvadora. Chicão de Bodocongó Campina Grande, 7 de março de 2013 Data: 14/06/2013 |