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Programa da UFCG comemora 10 anos construindo um novo olhar sobre o idoso paraibano

Evento realizado na próxima quinta vai comemorar a data

 

Como forma de reconhecer, valorizar e inserir os idosos paraibanos na vivência contemporânea nasceu em 2003, na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o Programa Interdisciplinar de Apoio à Terceira Idade (Piati). O foco maior do projeto é a Educação Intergeracional, que estimula a relação entre gerações e possibilita não só o aprendizado entre os saberes dos jovens, adultos e idosos, como também tem proporcionado uma vivência de cultura de paz entre os diferentes.

 

“O engraçado é que esse projeto nasceu e foi idealizado por pessoas que até então não se conheciam, mas tinham em comum o amor pela causa. Com o edital PROEXT lançado pelo MEC/SESU na época, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão mapeou na universidade os projetos que trabalhavam com a terceira idade e entrou em contato com esses professores para juntos fazerem um programa e concorrer ao edital. Tivemos uma semana para fazer o projeto e ele foi aprovado com nota máxima e obteve o valor de R$ 100 mil para financiamento”, relembra a atual coordenadora do programa, a professora Keila Queiroz.

 

O programa envolve atividades de ensino, pesquisa e extensão. Ao longo desses nove anos o projeto já capacitou mais de 600 pessoas em cursos de alfabetização convencional, inclusão digital de jovens, adultos e idosos, além de cursos para promoção da saúde para envelhecimento saudável, entre outros.

 

Outro curso que já virou referência no programa e é bastante procurado pela comunidade é o de Cuidador de Idoso, que foi criado em 2008 e já capacitou mais de 85 pessoas. Pessoas como Leda Guimarães, de 50 anos. Há nove anos ele cuida da aposentada Severina Silva, de 89 anos e diz que em 2010 viu na televisão a professora Keila falando sobre o curso e o início das inscrições, e se interessou pela capacitação.

 

“A partir do curso a gente aprende muita coisa. Tem situações do dia a dia que depois da capacitação a gente tem outra percepção. E a gente a cada dia faz o melhor que pode. Presta mais atenção na medicação. Tem atenção na prevenção de quedas. Trabalha para que os lugares onde o idoso caminha dentro de casa estejam sempre livres e amplos”, conta Leda, que trabalha como cuidadora de segunda a sexta, da 07h às 16h, e de 15 em 15 dias dá plantão nos finais de semana.

 

Ele revela ainda outros aprendizados proporcionados pelo curso. “Além de cuidar do idoso, a gente aprende a cuidar de nós mesmos para que no futuro a gente não se prejudique também. Nas aulas a gente aprende esse autocuidado. Foi uma experiência maravilhosa que vou levar para a vida toda”, diz.

 

Quem também ficou estimulada em fazer o curso foi a prima de Dona Severina, Rosângela Albuquerque, de 42 anos. Ela é técnica em enfermagem e se reveza com Leda nos cuidados com Dona Severina. E foi através dela que se interessou pelo curso. “É sempre bom se capacitar. Leda me dá algumas dicas que ela aprendeu no curso, então me interessei e pretendo fazer também. Até porque essa é uma área que cresceu muito e nunca é demais se capacitar”, ressalta.

 

A professora Keila Queiroz nos acompanhou na visita à Dona Severina e ficou muito emocionada em ver os frutos do trabalho desenvolvido pelo programa. “É gratificante ver os conhecimentos repassados por nossa equipe sendo aplicado no dia-a-dia no cuidado com o idoso. E isso a gente vê no aspecto de Dona Severina o quanto ela vem sendo bem cuidada”, comemora.

 

O curso de Cuidador de Idoso dura em média de 6 a 8 meses, com parte teórica e prática. As aulas contam com apoio de uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de Fisioterapia, Enfermagem, Psicologia, Direito, Nutrição, Serviço Social, História, Sociologia, Gerontologia e Educação Física. Durante o curso, além da teoria, os alunos vivenciam na prática os conhecimentos adquiridos através de estágios em asilos e em visitas domiciliares em comunidade de Campina Grande.

 

“Nossa proposta é ampliarmos o curso e oferecer dentro das comunidades. Mas, isso é um projeto para mais adiante”, revela Keila.

 

O Cuidador de Idoso é uma ocupação reconhecida desde 2001 pelo Ministério do Trabalho e Emprego e considerada relevante para um país como o Brasil, que tem 23,5 milhões de pessoas idosas, com estimativa de 32 milhões em 2025.

 

Evento

 

Na próxima quinta, dia 12, os 10 anos do Piati será comemorado em um evento no Auditório do Centro de Humanidades (CH). A atividade acontecerá a partir das 18h30min.

 

Na ocasião, serão realizadas apresentações artísticas, uma palestra de abertura sobre os 10 anos do programa, apresentação de uma dissertação de mestrado resultado de uma pesquisa do Piati e lançamento de livros de idosos participantes do programa.

 

(Gloriquele Mendes – Ascom/UFCG – 10.12.13)


Data: 10/12/2013