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Artigo - Design: prolepse e prosopopéia

Wagner Braga Batista

 

 

As estratégias de marketing associadas a destruição criativa, elemento dinâmico da renovação tecnologica e do  estoques de bens na economia perdulária elegeram o design como motor do desperdício. Por seu intermédio, torna leniente e viabiliza a obsolescencia planejada.

 

Dissemina religião mundana, centrada no culto da frivolidade e de objetos banais. Depositária da fé na licenciosidade do desejo, do gosto e dos caprichos pessoais. Na renuncia a qualquer veleidade ou prurido ético em nome da opção pela moda. 

 

Esta religião profana utiliza-se de alibis para antecipar e  legitimar a depreciação de bens e serviços em nome da novidade e da futilidade, que acionam o consumo conspicuo e a dinâmica do mercado.

 

Ora apela à sustentabilidade, ora nomina projetos e produtos como sociais para negar a  sociabilidade. Invoca a luxuria para celebrar o Deus do mercado.

 

A expansão mundial da economia de mercado transformou estartégias publicitárias dem canais de veiculação de bens e de serviços que não resguardam valores culturais e éticos. Destituem povos de suas culturas e forjam falsas identidades para viabilizar a adesão ao mercado e ao consumo de bens correntes, banais.

 

O design foi instrumentalizado com este propósito.  

 

Com este intuito, o design conguja a prolepese com a prosopopéia, que agracia a futilidade, os caprichos pessoais e a falta de  consciência social. Por meio de alibis é empregado para  anular todo e qualquer argumento ou juízo critico que coloquem em questão o desperdício economico, a banalização do consumo,  a depreciação acelerada de bens e a o acumulo de descartáveis.

 

As estratégias de marketing apostam na prolepse. Utilizam-se de diferentes artifícios para desqualificar, refutar ou anular antecipadamente possiveis objeções ao desperdício economico e ao consumo de bens obsoletos.

 

Neste vazio da existência e da consciencia social, instala a prosopopéia.

 

Vocábulo que advém de personificação.

 

Desta personificação mesquinha por meio da qual artificios publicitários subtraem a nossa alma e criam a ilusão de que objetos fúteis são animados e possuem significados.

 

Confere voz ao egoismo e à esquisofrenia que nos dizem o que queremos ouvir para que celebremos nosso egocentrismo e as nossas vaidades.

 


Data: 20/12/2013