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Conheça o legado de Ariano Suassuna, Rubem Alves e João Ubaldo Ribeiro para a cultura brasileira

Na última semana, a literatura nacional perdeu três dos seus grandes nomes. Conheça a importância de cada um deles para a cultura brasileira

 

Julho de 2014 ficou marcado como um mês de luto para a literatura brasileira. Num espaço de uma semana, perdemos três grandes escritores: João Ubaldo Ribeiro, no dia 18,Rubem Alves, no dia seguinte, e Ariano Suassuna, nessa última quarta-feira (23). Você conhece a importância que cada um deles teve para a cultura brasileira? Conheça seus trabalhos a seguir:

 

Ariano Suassuna

 

O escritor Ariano Suassuna foi uma dos maiores defensores da cultura regional brasileira. Em suas obras, o escritor que também era dramaturgo e poeta usava os elementos das tradições nordestinas para construir as suas histórias.

 

Nascido na Paraíba, Suassuna logo foi morar com a família no sertão e teve o pai assassinado por motivos políticos na Revolução de 30, no Rio de Janeiro. Após a fatalidade mudou-se para Recife, onde teve o maior contato com as regionalidades típicas da região.

 

Com apenas 20 anos o autor já escrevia a peça “Uma Mulher Vestida de Sol”, ganhadora do concurso doTeatro do Estudante de Pernambuco. Em 1955 estreou a peça “Auto da Compadecida”, sua obra máxima, considerada pelo crítico teatral Sábato Magaldi como "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro". Nela, Suassuna conta a história dos amigos João Grilo e Chicó, que andam pelo sertão propagando A Paixão de Cristo.

 

A peça foi escrita em formato de auto e dividida em 3 atos, usando diversas figuras de linguagem nordestinas e mesclando elementos dos cordéis. Seu sucesso foi tão grande que, mais tarde, foi adaptada para o cinema e a televisão.

 

Em 1959, em parceria com o autor Hermilo Borba Filho, fundou no Recife o movimento do Teatro Popular do Nordeste, por meio do qual buscava oferecer produções teatrais de qualidade e encontrar uma forma nordestina de interpretar.

 

Ariano Suassuna foi membro da Academia Brasileira de Letras e morreu no Recife na última quarta-feira (23), aos 87 anos, vítima de uma parada cardíaca.

 

Rubem Alves

 

Rubem Alves foi escritor, educador e teólogo. Seus livros costumavam abordar temas espirituais e existenciais e, além desses, ele também escrevia histórias infantis.

 

O legado do autor envolve não só as obras literárias, mas também diversos artigos e monografias acadêmicas. Sua tese de doutorado “A Teologia da Esperança Humana”, por exemplo, foi a base do movimento teológico hoje chamado de “Teologia da Libertação”.

 

Embora tenha nascido em Minas Gerais, Alves se aposentou e morou na cidade de Campinas, no interior de São Paulo, onde recebeu os títulos de professor-emérito da Universidade Estadual de Campinas(Unicamp) e cidadão-honorário de Campinas, além de ter se tornado membro da Academia Campinense de Letras.

 

Rubem Alves faleceu no dia 19 de julho em Campinas, aos 80 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos.

 

João Ubaldo Ribeiro

 

Escritor, jornalista, roteirista, professor. Achou muito? O baiano João Ubaldo Ribeiro era, ainda, formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia e membro da Academia Brasileira de Letras.

 

Ribeiro trabalhou como editor-chefe do jornal Tribuna da Bahia, foi colunista do jornal alemão rankfurter Rundschau e colaborador em publicações nacionais e estrangeiras, como The Times Literary Supplement, na Inglaterra, Jornal de Letras, Portugal, e a Folha de S. Paulo.

 

Suas obras integram o romance moderno brasileiro e revelam aspectos da cultura nacional, como é o caso da premiada “Sargento Getúlio”, na qual narra a história de um sargento da polícia militar do Sergipe usando diversos elementos e figuras da cultura típica do nordeste. A história tinha tantas características típicas que o próprio autor teve que traduzi-la para o inglês.

 

Além dessa, “Viva o povo brasileiro” também recebeu o Prêmio Jabuti e ambas constam na lista dos cem melhores romances brasileiros do século.

 

Diversas de suas obras foram adaptadas para o cinema e a televisão, como “O Sorriso do Lagarto”, apresentada como minissérie na Rede Globo em 1991, “A Casa dos Budas Ditosos” e a própria “Sargento Getúlio”.

 

João Ubaldo Ribeiro morreu no Rio de Janeiro no último dia 18, aos 73 anos, vítima de uma embolia pulmonar.

 

(Universia)


Data: 24/07/2014