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Artigo - Centro de Engenharia Elétrica e Informática da UFCG: a nova Unidade da EMBRAPII

Carlos Alberto da Silva

 

A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) já conhecida no meio acadêmico e empresarial como a EMBRAPA da indústria tem por missão articular as instituições de pesquisa científica e tecnológica e as empresas do setor industrial, para que executem projetos de desenvolvimento tecnológico para inovação, em selecionadas áreas de competências. É mais um dos instrumentos do apoio público no incentivo à inovação industrial e, com o compromisso de adicionar valor à produção nacional. 

 

A experiência da Votorantim Metais é bastante ilustrativa dessa nova política. A empresa realizou projeto em parceria com a EMBRAPII e o SENAI-Ba/CIMATEC, para desenvolver um novo sistema de queima de combustíveis renováveis para as plantas de produção de níquel. Nesse projeto, a instituição de pesquisa SENAI/CIMATEC foi o elo da parceria que envolveu a empresa responsável pelo projeto e a EMBRAPII.

 

O Centro de Engenharia Elétrica e Informática da Universidade Federal de Campina Grande – CEEI/UFCG é uma das dez instituições de pesquisa que se tornaram unidades credenciadas da EMBRAPII, conforme resultado preliminar da Chamada Pública 01-2014. Em conjunto, essas unidades terão acesso ao montante de R$ 1,4 bilhão destinado a projetos de investimentos em inovação. Um novo processo de seleção para credenciamento de Unidades EMBRAPII está previsto até o fim do ano, serão selecionados mais cinco instituições de pesquisa e cinco polos de inovação.

 

Para que as instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas sem fins lucrativos, possam se constituir Unidades EMBRAPII, pressupõe que elas tenham uma história e cultura de relacionamento com empresas no “desenvolvimento de projetos de inovação e na realização de serviços inovadores (não rotineiros), na área de competência proposta, por meio da comprovação e contratação média anual de R$ 4 milhões de recursos de empresas, no período 2011-2013”.  Uma condição bastante restritiva.

 

Outra recomendação se refere ao alinhamento estratégico das Universidades Públicas Federais à Política de Ciência, Tecnologia e Inovação (Plano Brasil Maior, Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação) ou à Política Nacional de Educação.

 

Não menos importante, se destacam outras normas e critérios definidos pelo Manual de Operação das Unidades EMBRAPII:

 

- Comprometimento das Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) no desenvolvimento de pesquisa e inovação voltada à indústria;

- Estímulo à construção de ambientes especializados e cooperativos de inovação;

- Capacidade de captação de recursos de empresas em projetos inovadores na área de competência proposta;

- Presença ativa de uma Gestão da Propriedade Intelectual nas ICTs, destacando se há núcleo ou grupo dedicado a essas atividades, quais são as práticas adotadas, numero de pessoas envolvidas, competências etc.;

- Contrapartida financeira ou não financeira.

 

A superação destas barreiras estimulam as universidades públicas a assumir um papel estratégico no desenvolvimento da sociedade brasileira, mediante a incorporação de conhecimentos e tecnologias em inovações de produtos e processos. São as já denominadas Universidades Empreendedoras, repensando a natureza da pesquisa e sua responsabilidade social.

 

Esse processo pressupõe redefinição da cultura acadêmica, bem como promove a institucionalização da relação entre universidade pública e empresas. Neste novo contexto, existe uma preocupação crescente com a proteção e a gestão do conhecimento gerado intramuros nessas instituições universitárias.

 

Carlos Alberto da Silva é professor da UFCG e coordenador de Pesquisa e Inovação (Propex)


Data: 27/08/2014