Artigo - A Gestão da Pesquisa nas Universidades Federais do Nordeste Carlos Alberto da Silva* Neste artigo fazemos uma reflexão sobre as boas práticas das principais universidades federais do Nordeste em relação as suas atividades de pesquisa. Essas instituições, em quase a sua totalidade, têm estimulado a inovação. Em diferentes níveis, oferecem ambientes criativos que aumentam as percepções da comunidade acadêmica em relação ao processo e as ações empreendedoras. Um bom exemplo desses habitats - fomentadores do empreendedorismo e inovação -, é o caso da Coordenação de Inovação atrelada à Pró-Reitoria de Pesquisa, Criação e Inovação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), cujo objetivo consiste em “...incentivar a comunidade da UFBA a levar ao ambiente produtivo e/ou social soluções tecnológicas que resultem em novos produtos, processos e serviços”. Para esse fim, a Coordenação de Inovação da UFBA conta com três núcleos: Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) – cumprir com o disposto na Lei da Inovação; Núcleo de Tecnologias Sociais (NST) – Estreitar relações UFBA – Sociedade; e o Núcleo de Empreendedorismo Inovador (NEI) – empreendedorismo como parte da cultura da UFBA Outro bom exemplo, é o da Diretoria de Inovação e Empreendedorismo (Dine), vinculada à Pró-Reitoria para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com a finalidade de “...criar na instituição as condições necessárias à geração de ações que favoreçam uma maior integração da academia com o setor produtivo”. Para tanto, a Dine conta com três setores: Propriedade Intelectual; Difusão e Transferência de Tecnologia; e de Empreendedorismo e Incubação. Nesse mesmo caminho, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) criou a Pró-Reitoria de Pesquisa, em 2003, a partir de um desmembramento da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, com atribuição de propor, supervisionar e coordenar as atividades de pesquisa, inovação e empreendedorismo. Para tanto, foram estruturadas uma Comissão de Pesquisa, uma Comissão de Inovação e Empreendedorismo, além do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT). O atrelamento dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) às pró-reitorias de Pesquisa e Pós-Graduação é um aspecto que chama atenção na organização da pesquisa das Universidades Federais do Nordeste, conforme ilustrado abaixo: Universidade Federal do Maranhão – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação: Departamento de Apoio a Projetos e Inovação e Gestão de Serviços tecnológicos; Universidade Federal do Piauí – Pró-Reitoria de Pesquisa: Núcleo de inovação e Transferência de Tecnologia; Universidade Federal do Ceará – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação: Coordenadoria de Inovação tecnológica; Universidade Federal de Alagoas - Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação: Programa de Inovação Tecnológica e empreendedorismo, Núcleo de Inovação Tecnológica; Universidade Federal de Sergipe - Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação: Coordenação de Inovação e Transferência de Tecnologia; Universidade Federal da Paraíba - Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação: Coordenação Geral de Inovação Tecnológica e, recentemente foi criada Agência INOVA-UFPB; Diferentemente das outras universidades federais nordestinas, na Universidade Federal de Campina Grande – o NITT não faz parte da estrutura organizacional das pró-reitorias responsáveis pela pesquisa na instituição. Elas têm participação nas decisões do Núcleo, como componentes do seu comitê gestor. O Reitor da UFCG, professor Edilson Amorim, vem recomendando insistentemente uma cooperação sinérgica entre o NITT e as pró-reitorias que cuidam da pesquisa e extensão na instituição. A lição é que sem o comprometimento da alta administração universitária não será possível consolidar mudanças culturais nas instituições federais de ensino, pesquisa e extensão necessárias para implementar uma visão de universidade criativa e empreendedora. Em conversas e reuniões com a Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão, o magnífico reitor tem assumido compromissos e posto desafios para elevar a qualidade e o patamar da pesquisa e inovação, promover uma visão e cultura empreendedora, interagir com a economia e as demandas sociais, incentivar a pesquisa interdisciplinar e fortalecer a participação da UFCG nos sistemas estadual, regional e nacional de ciência, tecnologia e inovação. A palavra de ordem é dar o salto. E as condições existem. * Carlos Alberto da Silva é professor da UFCG e coordenador de pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão (PROPEX)
**As afirmações e conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta responsabilidade dos seus autores, não expressando necessariamente a opinião da instituição. Data: 23/04/2015 |