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ARTIGO - Água e energia elétrica

 Benedito Antonio Luciano

 

Em várias regiões do Brasil e do Mundo muitos viventes sofrem com a falta de água e de energia elétrica. Como engenheiro eletricista, sei que há uma forte relação entre água e energia elétrica. Sem água não há vida. Sem energia não há desenvolvimento econômico e bem-estar social.

 

Com o aumento populacional e com o estilo de vida adotado, a falta de racionalidade no uso dos recursos naturais tem causado impactos ambientais que, em alguns casos, tem levado ao racionamento de água e energia.

As mudanças climáticas e as ações do Homem têm prejudicado as reservas de água potável superficial, comprometendo, sobremaneira, a qualidade e a quantidade nos lençóis freáticos, resultando no aumento do valor da água e na intensificação do uso da energia para o bombeamento e o tratamento da água nos diferentes setores.

 

De acordo com estudos realizados por especialistas, o consumo de energia elétrica na maioria dos sistemas de água em todo o mundo poderia ser reduzido em pelo menos vinte e cinco por cento, por meio de ações de redução de perdas e eliminação de desperdícios. Infelizmente, a maioria dos gestores e a própria sociedade não conseguem dar a devida atenção à gestão integrada dos recursos hídricos e energéticos, optando por ações corretivas ao invés de ações preventivas.

 

No tocante aos municípios e estados, os custos com energia elétrica, decorrentes da ineficiência dos sistemas de abastecimento de água, representam recursos orçamentários valiosos que poderiam ser empregados para outras finalidades como educação, mobilidade urbana, saúde e segurança.

 

Em países como o Brasil, cuja matriz energética ainda é predominantemente baseada em usinas hidrelétricas, com o baixo volume de água acumulado nas represas onde estão localizadas as hidrelétricas, foram acionadas usinas termelétricas.

 

Nas termelétricas, a queima de combustíveis fósseis para a conversão em energia elétrica afeta a qualidade do ar na própria localidade e no mundo. Como consequência das emissões provenientes da queima do combustível, fecha-se o ciclo nada virtuoso do uso irracional dos recursos naturais e todos pagam um preço alto por isso.

 

Neste contexto, urge pensar e agir de forma efetiva em busca da sustentabilidade hídrica e energética. Soluções técnicas existem; o que tem faltado é determinação política de implantar ações consistentes e sistêmicas de curto, médio e longo prazo para que a sustentabilidade seja alcançada.

 

 

 Benedito Antonio Luciano é professor da UFCG.


Data: 24/07/2015