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Artigo - ONGS de financistas, a nova facção criminosa e os subdeputados

Wagner Braga Batista*

 

No Brasil e na América Latina dissemina-se uma nova forma de intervenção social.

 

Organizações Sociais, com fins humanitários e educativos, compram bolinhas de gude para estimular a garotada. Jogar bola de gude em terrenos alheios não é esporte olimpico, mas se torna atraente quando revestido de fins sustentáveis e humanitários.

 

Criadas por financistas nativos e estrangeiros, a exemplo da  ONG Open Society Fundations, sediada em São Paulo, nas mãos do megainvestidor internacional, George Soros, da Milenio, CEDIB, Fundacion Tierra e CEDLA, atuantes no Peru,  exercem o papel de partidos políticos informais. Patrocinam  ações para desestabilizar governos democráticos. O arsenal de entidades e instrumentos da direita conservadora se aprimora. Adquire nova fisionomia e conformação. Brucutus ainda prestam bons serviços, mas a indústria da maquinação e a manipulação ideológica ganham relevância estertpegica.

 

O soft power financeiro aposta no desgaste, na desestabilização e na inanição da democracia. Governos populares e direitos sociais são seus inimigos. È preciso fazê-los sangra, enfraquecê-los, como  bem disse o ilustre Senador Aloysio Nunes Ferreira.

 

A respeito da desprezível democracia miúda, George Soros tem uma formulação lapidar: O povo vota ocasionalmente, o mercado financeiro vota a toda hora. É este o voto que conta.

 

Nos anos 1960, a Aliança para o Progresso, sob a fachada de ajuda humanitária, serviu como abrigo para agentes de informação, consultores  e instrutores de tortura, vinculados à CIA, a exemplo de Dan Mitrione, que organizou aparelho de repressão no Brasil, em Belo Horizonte e São Paulo, bem como em Montevideu, no Uruguai.

 

Organizações, que se dizem não governamentais, a exemplo de tantas outras, servem a vários fins. Entre eles, oferecer suporte para ações ilicitas de governos com os quais afirmam não ter ligações. As ambuguidades de algumas destas organizações são inúmeras.  Propósitos escusos de algumas destas entidades increvem-se num amplo espectro de falcatruas. Ilicitudes são evidenciadas na drenagem de recursos públicos, na lavagem de dinheiro e promoção de atividades nada condizentes com seus objetivos nominais.

 

Atualmente servem como porta de entrada e de saida de financiamento de ações políticas obscuras.

 

Em 1964, o financiamento externo foi varinha mágica. Transformou entidades de pesquisa, institutos “defensores da democracia”, parlamentares, governantes e jornais em bastiões  do golpe que derrubou João Goulart. Oficiais de alta patente, empresários bem intencionados,  orgãos de imprensa e jornalistas patrocinados, que liam a mesma cartilha da guerra fria, nos borderaux da conspiração, receberam o pagamento e o recado.

 

Não foram apenas militares que deram o golpe. A midia patrocinada e o empresariado subvencionado participaram deste esforço conjugado.

 

Jornalistas, igualmente aos que hoje redigem textos encomendados, também exaltaram o golpe de 1964. Uns se arrependeram, outros se aprimoraram.

 

Atualmente, cozinha-se o golpe com alguns ingredientes do passado. A receita é semelhante, mas não atende ao gosto de todos interessados. É um golpe condimentado. Atende às forças do retrocesso e ao candidato derrotado. Não é uma Brastemp, mas é  personalizado.

 

Esta rocambolesca aventura reune patriotas desinteressados. Desprezam direitos humanos qual garbosos guardiães de homens direitos ameaçados. A sedição entrelaça balas, bolas e biblias com osgiástico financiamento privado. Instaura a consanguinidade de filhotes da ditadura, herdeiros do trabalho escravo e playboys turbinados partilhando de roteiro recauchutado.

 

A indústria da inverdade apresenta-os como democratas de primeira hora, defensores do povo e do erário, mas a História, passada e recente, demonstra exatamente o contrário.

 

Amparados por ONGs, sem digitais no mercado, e por redes de informação, que fantasiam suas proezas e desfazem suas falcatruas, escondem sua distância e aversão ao povo. Sua esquizofrenia política que devota ódio aos que lhes vendem seus votos.

 

Financiadores invisíveis não são contabilizados pelo TSE, pelo merci beaucoup  e pela Rede Globo. São reconhecidos apenas no mundo do crime do Congresso,. Trata-se de uma nova facção: Amigos de Amigos de Deputados. Pagaram 21 viagens de Eduardo Cunha, em jatos privados, durante a campanha para a Presidência da Câmara. Colhem dividendos da distribuição de cargos. Faturam nas votações de projetos de leis. Lucram alto com a fidelidade canina dos 248 subdeputados, patrocinados pelo Eduardo. Ou melhor, pelos Amigos dos Deputados..

 

ONGs de fachada, facçaõ de amigos e bancadas acachorradas configuram novos partidos. Transcendem as 29 representações parlamentares legalizadas.

 

Para nosso infortúnio, tornam-se  hegemônicas, na Câmara e no Senado.

 

* Wagner Braga Batista é professor aposentado da UFCG

 

As afirmações e conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta responsabilidade dos seus autores, não expressando necessariamente a opinião da instituição


Data: 21/08/2015