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ARTIGO - A baixa participação do Design no Forum Presencial do Ministério da Cultura, em Campina Grande

 

Wagner Braga Batista

 

O Forum Presencial promovido pelo Ministério da Cultura- MINC, em Campina Grande, no último dia 23,  apresenta-nos alguns aspectos críticos merecedores de nossa avaliação.

 

Inicialmente o descompasso entre na participação de setores culturais. Porquanto alguns demonstraram significativa capacidade de articulação, mobilização e participação, outros, apesar do grau de organização e de atuação no plano local, ficaram muito aquém do quórum minimo definido no Edital. Os demais não nos cabe comentar, porém causa-nos grande estranheza a escassa participação do setor de design, principalmente se consideramos seus avanços e sua visibilidade no plano estadual..

 

De certo modo, a participação pífia torna-se esclarecedora de alto grau de desconhecimento e indiferença quanto às possibilidades descerradas por política cultural, formulada democraticamente. A  importância da permeabilidade de política pública talvez ainda não tenha sido devidamente aquilatada por integrantes deste segmento. Apesar de precariedades e desvios na condução deste processo é bastante questionável à inércia de profissionais e estudantes, que têm muito a contribuir para fornecer densidade a planos, programas e projetos de design na esfera pública.

 

Não é demais enfatizar que o escopo da democracia participativa e da elanoração de diretrizes de políticas públicas segundo este viés e assegurar a participação democratica e direta, a autonomia e a representatividade de todos os setores abrangidos pelo Ministério da Cultura. Ao declinarmos da participação, estamos abrindo mão de influir na elaboração e fomento de ações imprescindiveis e inadiáveis para nosso setor de atividades.

 

Outro fato merecedor de reparos é a postura olimpica de responsáveis pela organização do evento no plano local, reveladora de descabido descaso na organização do evento.

 

A organização esteve a cabo de parceria formada pela Secretaria Estadual de Cultura e o Ministério da Cultura. No plano local, houve demandas que ficaram sem resposta. Algumas por conta de postura inadmissível num organismo de governo,  responsável por atividade pública e pela promoção de atividades culturais. Outras, pelo que nos foi relatado durante o evento,  pela falta de conhecimento sobre a natureza e seus propósitos.

 

A exemplo de integrantes de outros setores, encaminhamos ao SR José Gilson, enedereço eletrônico  jose.barros@cultura.gov.br,  solicitação para que o Encontro de Design, ao invés de ser realizado no Cine Teatro São José, fosse transferido para outro local. Propiciaria a formulação de programa de atividades mais especifico e atraente.  

 

Na oportunidade, esclarecemos que a Universidade Federal de Campina Grande, por sediar um curso nesta área, concentrar significativa quantidade de profissionais e deestudantes, apesar da greve de prodessores e de servidores, poderia proporcionar melhores condições para a mobilização e o debate de temas concernentes às políticas culturais, à democracia participativa e ao papel dos colegiados setoriais. À luz do que ocorreu, acreditamos que a mudança de local não reverteria a desmobilização observada,  porém seria alternativa cabível para sensibilizar possíveis interessados em conhecer e participar desta iniciativa.

 

A solicitação foi enviada dia 8 de setembro nos seguintes termos: “ Estávamos pretendendo realizar o evento em algum Auditório da UFCG, por algumas razões que nos parecem plausíveis: 1; concentra a massa de interessados no evento, professores, estudantes e profissionais oriundos do curso. Atualmente, há Curso de Design, em Rio Tinto, e caberia verificar a possibilidade de desmembrá-lo; 2- Há recursos técnicos que, certamente, terão que ser alocados no cinema São José, 3- Há disponibilidade de estacionamento, 4- Maior facilidade de acompanhamento pela imprensa local, entre outras.Pretendemos também organizar programação, que não limite  a participação a rodas de conversas informais, assistemáticas, que pouco esclarecem sobre a importância de políticas públicas de cultura e do colegiado de design, responsável por sua formulação. A Comissão local é composta por dois professores que atuam nesta universidade, Profs Roniere Soares e Rodrigo Motta, cujos endereços eletrônicos constam dos destinatários. Assim como do Prof Agostinho Lira, titular do colegiado.Gostaríamos que esta demanda fosse apreciada em tempo hábil, de modo a não prejudicar a participação coletiva, caso se viabilize a mudança de local.”

 

Após a realização do evento, cabe-nos ressaltar que houve expressivos acúmulos para  alguns segmentos da cultura regional, mais articulados, organizados e mobilizados, que devemos destacar e valorizar. Certamente este empenho terá desdobramentos positivos no futuro próximo. Temos a deplorar, a falta de necessária reciprocidade, demonstrada por responsáveis pela organização do evento no plano local, na interlocução conisco.

 

Fomos brindados com incompreensível silêncio, incomum em gestores responsáveis pela dinâmica e pelo vigor da cultura no Estado da Paraíba.

 

* Wagner Braga Batista é professor aposentado da UFCG

 

As afirmações e conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta responsabilidade dos seus autores, não expressando necessariamente a opinião da instituição

 


Data: 25/09/2015