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Artigo - Pêndulo

Benedito Antonio Luciano*

               

O pêndulo simples é um artefato constituído de uma pequena massa, que pode ser uma bolinha pendurada em um fio inelástico de certo comprimento. Com esse aparato rudimentar é possível determinar, experimentalmente, a aceleração da gravidade do local onde o experimento é realizado.

 

O procedimento experimental consiste em afastar um pouco a bolinha da sua posição de equilíbrio e fazê-la oscilar em torno da posição inicial, tomando o cuidado para que esse movimento ocorra sempre num mesmo plano.

 

Assim, desprezando o efeito da resistência do ar, a bolinha oscilará de um ponto a outro, passando pela posição de equilíbrio e voltando à posição de onde foi originalmente afastada. O tempo gasto nessa oscilação é denominado período.

 

A expressão matemática, simplificada, mediante a qual o período pode ser calculado é a seguinte: o período (T) é igual a dois PI (letra grega = 3,1416) vezes a raiz quadrada do comprimento do fio (L) dividido pela aceleração da gravidade (g). Com esta expressão, medindo o período de oscilação e comprimento do fio, o valor da aceleração da gravidade pode ser calculado.

 

Os primeiros estudos sistemáticos sobre o movimento oscilatório do pêndulo simples são atribuídos ao italiano Galileu Galilei (1564-1642), considerado como um dos mais brilhantes precursores do método científico.

 

O pêndulo de Newton é outro artefato bastante utilizado em laboratórios de ensino experimental de física, particularmente quando se intenta fazer a demonstração do princípio da conservação do movimento. Nesse experimento, usualmente, cinco pêndulos são colocados lado a lado, presos por fios inelásticos de massa e comprimento iguais a uma armação, que pode ser de metal ou madeira.

 

O pêndulo de Newton se tornou tão popular que passou a ser usado como brinquedo. Na brincadeira (experimento), quando se levanta uma bolinha do pêndulo da extremidade, ela adquire energia potencial e, ao ser solta, a energia potencial é convertida em energia cinética. Assim, ao chocar-se com as outras, transfere energia e quantidade de movimento para o sistema, de forma que a bolinha da extremidade oposta levante-se também. O movimento repete-se por várias vezes até parar, em decorrência das perdas que ocorrem durante os processos de conversão de energia.

 

Curiosamente, no plano artístico, um dos melhores discos da banda Creedence Clearwater Revival, lançado em 1970, recebeu o título “Pendulum”. Nesse álbum estão presentes músicas que até hoje são muito executadas: “Have you ever seen the rain?”, “Pagan Baby”, “Hey tonight”, e “Molina”.

 

Ainda em 1970, foi lançado no Brasil, um dos melhores discos gravados por Egberto Gismonti: o álbum “Sonho 70”. Nesse álbum, a faixa 8, intitulada “Pêndulo”, é uma das mais belas. Quem nunca ouviu esse disco, trate logo de ouvi-lo, mesmo que seja utilizando a internet.

 

Outra curiosidade é que o famoso escritor, filósofo e linguista italiano Humberto Eco utilizou a palavra pêndulo para introduzi-la no título de um dos seus livros mais famoso: “O pêndulo de Foucault”, publicado originalmente em 1988.

 

*O autor é professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFCG.

 

As afirmações e conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta responsabilidade dos seus autores, não expressando necessariamente a opinião da instituição


Data: 11/12/2015