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Professor da UFCG propõe a inclusão da violência no cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano

O IDH abrange longevidade, renda e escolaridade, visando medir o nível de qualidade de vida de uma determinada sociedade.

 

Em um artigo publicado na Revista Espaço Acadêmico, edição 182, de julho deste ano, o professor José Maria Nóbrega Júnior, do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) da Universidade Federal d Campina Grande (UFCG), campus de Sumé, avalia o desempenho dos estados nordestinos e de seus principais municípios no que tange ao IDH/IDHM2 (Índice de Desenvolvimento Humano) e cruza esses dados com as taxas de homicídios. Ele propõe a inclusão de uma variável/dimensão de violência no cálculo deste índice.

 

O artigo demonstra estatisticamente o paradoxo nordestino na relação entre desigualdade/pobreza (medidas pelo IDH/IDHM) e o controle social da violência, propondo a inserção no índice de desenvolvimento humano de variáveis que meçam a violência, uma atenção especial à violência medida pelos homicídios.

 

O Índice de Desenvolvimento Humano é um dos mais importantes indicadores socioeconômicos. O IDH é um indicador tridimensional que abrange longevidade, renda e escolaridade, visando, portanto, medir o nível de qualidade de vida de uma determinada sociedade.

 

A principal fonte de violência são os homicídios. Onde as suas taxas superam o limiar de 10 homicídios por cada grupo de cem mil habitantes, acende-se a “luz amarela” do descontrole social provocado pela violência, é o que aponta o professor em seu artigo.

 

"A violência é uma realidade crescente no Brasil, onde 11,8% de todos os homicídios ocorridos no mundo foram perpetrados. Em 2012, foram registrados mais de 56 mil assassinatos no país (SIM/SUS/MS). Desses, 37% ocorreram no Nordeste brasileiro. De 1990 a 2012 o crescimento de homicídios no Nordeste foi sintomático, na verdade uma tragédia anunciada, não obstante o IDH dos estados e o IDHM de seus principais municípios alcançarem patamar nunca antes impetrado", disse.

 

"O que podemos concluir de forma enfática, neste trabalho, é que as variáveis que compõem o DH/IDHM, apesar de importantes, não são suficientes para avaliar a qualidade de vida de uma sociedade. Uma realidade de índices de desenvolvimento humano crescentes, mas que parte considerável da sociedade é vitimada pela violência demonstra a urgência em se inserir uma variável/dimensão de violência no cálculo do IDH/IDHM", fala.

 

"Boa parte da literatura que trata do tema da desigualdade e da pobreza liga a melhoria das condições socioeconômicas como causa principal para o controle social e a diminuição da violência. Esta, medida pelas taxas de homicídios, nos revela uma face perversa no Nordeste brasileiro, onde os indicadores socioeconômicos melhoram numa proporção elogiável, mas a violência segue na ascendente, como no caso de Salvador e Feira de Santana, importantes cidades baianas, que apresentaram crescimento explosivo da violência homicida", finaliza.

 

Acesse o artigo completo no endereço: (http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/29457/16948).

 

(Rosenato Barreto - Assimp CDSA/UFCG - 02.08.2016)


Data: 02/08/2016