topo_cabecalho
Enfrentamento da Violência Contra a Mulher foi tema de debate na UFCG nessa quarta

 

Discutir os diversos tipos de violência contra a mulher e suas formas de enfrentamento, particularmente no estado da Paraíba. Esse foi o objetivo de um debate realizado na manhã dessa quarta-feira, dia 22, no auditório do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), como parte das atividades alusivas ao Dia internacional da Mulher, que acontecem durante todo o mês de março. Mediado pela servidora da UFCG Irene Tomás, o evento contou com a participação da advogada e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-CG, Cândida Miguel Barreto, e da assistente social do SIASS e coordenadora do Núcleo de Promoção e Atenção à Saúde do Servidor da UFCG, Rebeca Gomes de Menezes.  

 

Alunos do curso de licenciatura em Música da Universidade abriram o evento com uma performance em voz e violão de músicas brasileiras que retratam a força da mulher, como “Maria, Maria” e “Madalena”. Na sequência, a advogada Cândida Barreto fez uma “Análise da Violência Contra a Mulher à Luz da Lei Maria da Penha (Lei n◦ 11.340/06)”, com um breve histórico do amparo legal e a apresentação dos diversos tipos de violência que atingem a mulher, a exemplo da psicológica e da sexual.

 

“Eu que trabalho com a mulher do campo, vejo que muitas vezes ela não consegue identificar esse tipo de agressão (a sexual), pois acha que deve cumprir o seu papel no casamento”, comentou Cândida, que trabalha com Agricultura Familiar e presta assessoria jurídica no campo. Em sua fala, a advogada destacou números alarmantes no estado da Paraíba de violência contra a mulher, como os 41 estupros que aconteceram no período de três meses nos municípios que compreendem o Polo da Borborema.

 

“A gente não pode nunca se acomodar, porque sempre vai haver opressão. A violência contra a mulher ainda é muito banalizada. É preciso manter-se vigilante, combater o opressor e denunciar”, disse Cândida, lembrando que João Pessoa é a segunda capital que mais pratica violência contra a mulher no Brasil.

 

Complementando a explanação da advogada, a assistente social da UFCG, Rebeca de Menezes, falou sobre temas como cultura do estupro, feminicídio, feminismo e ideologias de gênero. “Existe uma hierarquia em relação ao papel da mulher na sociedade e do homem como provedor da família. Essa ideia está contaminada de uma hierarquização. A nossa sociedade está impregnada de ideologias de gênero”, disse.

 

Em relação ao feminicídio, que é o homicídio praticado contra a mulher por ela ser mulher, a assistente social enfatizou que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil tem a quinta maior taxa desse tipo de crime no mundo, com o estado da Paraíba ocupando o sexto lugar no ranking brasileiro.

 

Rebeca fechou sua fala com uma exposição do conceito de feminismo, lembrando que ele não prega a superioridade da mulher sobre o homem, mas a igualdade entre eles. “Nós defendemos que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos. Esse é o princípio do feminismo”, finalizou. Após as palestras, o evento foi aberto para debate.

 

(Suzy Rodrigues - Ascom/UFCG)


Data: 22/03/2017