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MP determina sindicância para apurar omissão de socorro no HU

O Ministério Público Estadual, através da Curadoria da Infância e da Juventude, determinou ontem abertura de sindicância administrativa para apurar se ocorreram casos de omissão de socorro, por parte dos médicos que trabalham na emergência pediátrica do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), durante a paralisação desses servidores. A categoria suspendeu o atendimento no setor na última terça-feira, em reivindicação por melhores condições de trabalho e contratação de mais profissionais. O curador da Infância e da Juventude, Herbert Targino, disse que os médicos poderão ser processados caso se neguem a fazer algum atendimento. À tarde o médico Mário Albuquerque, que integra a equipe da Emergência Pediátrica, disse que a paralisação será mantida.

Segundo Albuquerque, enquanto durar a paralisação será suspenso o atendimento ambulatorial e mantido apenas o atendimento das emergências. Hoje, destacou, apenas um médico está sendo mantido nos plantões da emergência pediátrica, quando o ideal, disse Albuquerque, seriam dois. Por conta da deficiência, o pediatra conta que já chegou a fazer 48 atendimentos num plantão de doze horas. Targino ressaltou ainda que não deve haver triagens ou encaminhamento de pacientes para outros hospitais. “O paciente só poderá ser encaminhado após ser atendido pelo médico. E os encaminhamentos deverão ser por escrito”, disse. Targino destacou que estão sendo verificados em Campina Grande muitos casos de virose em crianças e que o HUAC não pode deixar de prestar atendimento pediátrico.

O diretor-geral do HUAC, Evaldo Nóbrega, disse que uma Comissão de Sindicância será nomeada e que as investigações começam ainda hoje. “Se ficarem confirmados casos de omissão o médico será responsabilizado”, falou.

Com relação à infra-estrutura da emergência pediátrica, o diretor do HUAC garantiu que serão implantadas mudanças, inclusive garantindo a segurança aos médicos. “Isso ocorrerá a curto prazo, tendo em vista existir em andamento na Universidade Federal de Campina Grande um projeto nesse sentido”, frisou. Segundo Nóbrega, o reitor Thompson Mariz orientou o pró-reitor de administração a fornecer total apoio à direção do HUAC no sentido de resolver a situação dos médicos da emergência pediátrica. Com a paralisação, mais de 150 crianças estão ficando diariamente sem atendimento.


Data: 18/05/2006