Irrigação programada Software desenvolvido por técnicos da Embrapa Milho e Sorgo estima com precisão o momento e a quantidade ideais de irrigação em plantações, permitindo a racionalização do uso de água e redução de custos com equipamentos Poder estimar o momento exato que se deve irrigar uma plantação e saber com precisão quanto de água deve ser usado, da época do plantio até a fase da colheita. Essas são informações importantes para a vida do agricultor que, em breve, poderão ser obtidas muito mais facilmente. A Embrapa Milho e Sorgo, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária em Sete Lagoas (MG), acaba de desenvolver um programa de computador para ser usado durante o processo de irrigação da lavoura. O Irriga Fácil funciona com base em cálculos de evapotranspiração (estimativas da perda de água da superfície do solo e das plantas). O programa utiliza ainda séries históricas de dados climáticos, fornecidas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Após a estruturação de um banco de dados sobre determinada cultura, o software elabora o calendário das irrigações e as respectivas planilhas com a quantidade de água a ser aplicada. “Com base em dados climáticos dos últimos 20 anos, ele utiliza técnicas de inteligência artificial para planejar as próximas irrigações em qualquer cultura agrícola”, disse à Agência Fapesp Morethson Resende, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo e coordenador do trabalho. Resende compara o cálculo feito pelo programa ao de uma conta bancária. Considerando, por exemplo, que o solo comporta 30 milímetros de água até a profundidade das raízes, se a planta transpira 5 milímetros por dia, após seis dias será preciso regá-la novamente. “Com as estatísticas da evapotranspiração da cultura, o produtor pode saber a quantidade de água necessária para os próximos três anos. Ele só precisa ficar atento aos dias de chuva, período em que não é preciso irrigar”, conta. Além de diminuir o desperdício de água, o Irriga Fácil permite a redução de custos pela substituição de equipamentos como o tensiômetro, empregado para detectar variações de umidade do solo, ou até mesmo estações climatológicas automáticas, usadas por grandes produtores e que chegam a custar R$ 15 mil. O projeto foi desenvolvido em parceria entre Embrapa Milho e Sorgo, Inmet, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater) e Banco do Nordeste. As regras de utilização e distribuição do software ainda estão sendo estudadas. Mais informações: irrigafacil@cnpms.embrapa.br. Data: 02/06/2006 |