topo_cabecalho
Presidente Lula recebe documento sobre política de desenvolvimento biotecnológico

O documento Estratégia Nacional de Biotecnologia - Política de Desenvolvimento da Bioindústria será encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Junto irá uma exposição de motivos assinada pelos ministros da C&T, Sergio Rezende; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Luís Fernando Furlan; da Saúde (MS), Agenor Álvares (interino); e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Luiz Carlos Guedes Pinto.

O documento foi apresentado na terça-feira, 4, na reunião do Fórum de Competitividade em Biotecnologia.

A Estratégia é o resultado de um ano e meio de discussões entre o Governo, a Academia e o setor produtivo, visando o desenvolvimento biotecnológico nas áreas de saúde humana, agropecuária e industrial, e estabelecendo também os marcos regulatórios necessários.

"Estamos iniciando um processo que pretende, acima de tudo, colocar o conhecimento científico brasileiro a serviço da indústria. Definimos as prioridades e as linhas de pesquisa, atividades inovadoras e, agora, cabe ao setor privado fazer suas apostas e definir suas áreas de atuação", esclarece Rezende.

A primeira fase desta política terá investimento da ordem de R$ 7 bilhões com recursos mistos, públicos e privados. Um dos principais parceiros será o BNDES, que já tem projetos canalizados neste setor.

"Com a aprovação do presidente da República ao incorporar essa política, o investimento fará parte do Plano Plurianual", esclarece o secretário do Desenvolvimento da Produção do MDIC, Antônio Sérgio Martins Mello.

Para a implantação desta política, o Fórum propõe a criação de um conselho de operacionalização.

"A meta desta política é dar o salto da ciência para a indústria", explica o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCT, Luiz Antônio Barreto de Castro. Segundo o secretário, o Brasil poderá perder competitividade em áreas como agricultura e saúde caso não avance em pesquisa aplicada nessas áreas.

"Hoje, toda a indústria de fármacos está apoiada na engenharia genética. Há uns anos atrás a base para a produção de medicamentos era sintética, atualmente, 50% dos produtos em fase de testes com possibilidades de darem certo são à base de recursos naturais e, por mais incrível que possa parecer, não tem nenhuma substância brasileira, embora sejamos um país mega diverso", acrescenta Barreto.

Ele acredita ser possível encontrar drogas que possam ser viáveis, principalmente, nos casos das doenças negligenciadas, como malária, tratando a biodiversidade com segurança.

O Fórum tem a meta de garantir que o Brasil esteja, dentro de dez a quinze anos, entre os cinco países-líderes da indústria biotecnológica, em termos de participação no comércio mundial.


Data: 06/07/2006