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Reunião Anual da SBPC: "Sem segurança não haverá direitos humanos e sem direitos humanos não haverá segurança"

Presidente da SBPC, Ennio Candotti, discursa sobre a crise de segurança pública que assola o Brasil e o mundo

Em um discurso exaltado, Candotti repudiou a violência, que representa uma "séria ameaça aos direitos humanos e agride a sociedade"

Embora o Brasil esteja passando por um período crítico de insegurança, a violência não é um problema local do país, ressaltou o presidente da SBPC, lembrando dos atentados no Iraque e da violência contra a mulher, que acontece em todo o mundo.

"A juventude é a principal vítima dessa guerra", lamentou.

Com um toque de humor, Candotti criticou o arcabouço legal brasileiro, constituído, segundo ele, por cerca de 140 mil leis, responsáveis por burocratizar e emperrar a pesquisa científica brasileira.

Aproveitando a presença da ministra Marina Silva, ele criticou as leis brasileiras que regulamentam o acesso ao patrimônio genético, que impediriam os cientistas de pesquisar e conhecer melhor a biodiversidade do país.

"Nós precisamos conhecer o que é nosso", afirmou. "É proibido proibir de estudar a natureza".

Para o presidente da SBPC, se as leis não forem reformuladas, elas acabarão asfixiando os pesquisadores. "Os cientistas não podem ser parte do problema e sim parte da solução".

Candotti falou ainda da importância da divulgação científica na construção de uma ponte mais segura entre a ciência e a sociedade. "A ciência é vista com temor", disse ele. "Queremos, com conhecimento, superar o estado de ignorância".

Neste setor, ele mencionou o grande número de propostas recebidas pelo edital de divulgação científica do CNPq, que vai contemplar uma série de projetos no valor total de R$ 7 milhões. "Tivemos R$ 100 milhões de pedidos".

Antes de encerrar seu discurso, Candotti anunciou um presente da SBPC à Santa Catarina: o estado vai ganhar uma Oficina de Ciência e Arte (OCA), um espaço de educação não-formal para crianças e jovens aprenderem de forma lúdica e desenvolverem a criatividade.

O MCT e a Finep disponibilizarão R$ 600 mil para a OCA catarinense, mediante contrapartida do estado. Candotti pediu uma audiência com o governador para discutir a questão.


Data: 17/07/2006