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Reunião Anual da SBPC: Brasil sobe um posto no ranking da ciência mundial

Produção do país cresceu 49% desde 2001, mas conhecimento não é transformado em tecnologia

O Brasil é o 17o país do mundo que mais produz conhecimento científico. Pesquisadores de instituições nacionais foram responsáveis por 1,8% dos artigos publicados em 2005 em periódicos indexados de todas as áreas do conhecimento. A produção científica brasileira cresceu 19% em relação a 2004, o que levou o país a subir um degrau no ranking da produção científica mundial.

Os Estados Unidos lideram o ranking com muita folga – seus pesquisadores respondem por 32,7% dos artigos publicados em 2005. Em seguida, aparecem Japão (8,5%), Alemanha (8,4%), Inglaterra (7,4%), China (6,7%) e França (5,9%). À frente do Brasil, estão ainda países como a Índia (2,7%, na 12a colocação) e a Coréia do Sul (2,6%, na 14a posição).

Os dados foram compilados pelo Institute for Scientific Information, que monitora a produção científica mundial. As estatísticas foram apresentadas à imprensa por Jorge Guimarães, presidente da Capes, no primeiro dia da 58a Reunião Anual da SBPC. Guimarães avalia com otimismo a produção científica brasileira e espera que o país ganhe novas posições nos próximos anos.

"Desde 1981, ultrapassamos Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, Israel, Noruega, Polônia ou Escócia, que têm todos mais tradição de pesquisa e formação de recursos humanos do que o Brasil", comemora Guimarães. "O Brasil cresceu 50% nos último cinco anos, o que significa que muito provavelmente em três anos ocupará a 15a posição, ultrapassando dois grandes países à nossa frente" a Suíça e a Suécia".

Conhecimento não vira inovação

Apesar da boa colocação no ranking da produção científica, o Brasil ainda tem dificuldade de transformar o conhecimento gerado em tecnologia e inovação "é apenas o 27o colocado na lista de países que mais patentes depositaram em 2005 junto à Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi).

A discrepância entre a produção científica e o depósito de patentes revela a dificuldade que as empresas brasileiras têm de interagir com as universidades, que ainda têm uma participação importante nos pedidos de patentes. "Dos vinte maiores depositários de patentes no Brasil, cinco são universidades, o que não é desejável", avalia Guimarães. "O ideal é que as empresas absorvam doutores e façam patentes. Isso não está acontecendo, ou muito pouco. A Lei de Inovação e a política industrial vêm mudando um pouco esse panorama, mas o processo ainda é muito lento".


Data: 17/07/2006