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Nota de esclarecimento

“Eu, Ângela Maria Metri Tejo, professora da Unidade Acadêmica de Ciências Sociais – UACS do Centro de Humanidades da UFCG, decidi manifestar meu mais veemente repúdio contra a conduta adotada pela entidade estudantil – DCE, ao incluir a matéria “Teoria Sociológica I”, que se encontra sob a minha responsabilidade, no rol das disciplinas ministradas por professores faltosos, que desrespeitam os alunos. Pensar que uma acusação falsa e desonrosa como esta possa seguir adiante sem nenhuma reação é supor que a consciência de todos os estudantes que foram meus alunos esteja anestesiada. O que está faltando nas ações da atual diretoria do DCE é o sentido de responsabilidade e também de honestidade, não estando dotadas das qualidades necessárias ao desempenho de uma representação tripartite e paritária.

Diante deste fato, devo uma explicação aos alunos que estão ingressando no curso de Ciências Sociais e ainda não tiveram a oportunidade de serem meus alunos, bem como, aos alunos e professores das outras Unidades Acadêmicas do CH, que desconhecem o meu compromisso com a formação de todos os estudantes que participaram de algum curso sob a minha responsabilidade. No domingo, dia 09 de Julho, minha filha entrou em trabalho de parto, precisando do apoio e ajuda de sua mãe. Comuniquei imediatamente ao coordenador administrativo da Unidade Acadêmica de Ciências Sociais, prof. Maurino Santana, que não havia tempo para encaminhar um pedido oficial de afastamento para acompanhar minha filha, por isso estava pedindo que comunicasse aos estudantes o motivo da minha ausência naquela primeira semana de aulas.  Mais ainda, telefonei para meu monitor Alexandre Santos Lima, solicitando que comparecesse à sala de aula em meu lugar, orientando-o sobre o conteúdo da matéria que deveria trabalhar: “O contexto histórico do surgimento da sociologia”. Alexandre encontrava-se em João Pessoa, por isso só pode comparecer na quinta feira, dia 13 de julho, todavia os estudantes não compareceram porque o prof. Maurino já havia transmitido os motivos de minha ausência desde a terça feira, dia 11 de julho.

Esta imputação ofensiva que atenta contra a minha reputação, com a intenção de me tornar passível de descrédito perante a opinião pública, não condiz com minha maneira de proceder. Quando me submeti a uma cirurgia do coração, no mês de julho de 2003, planejei realizá-la exatamente no período de greve, que estava prestes a ser deflagrada. Não precisei sequer solicitar uma licença, porque dois meses depois, no mês de setembro, a greve finalizava-se e eu regressava a sala de aula, surpreendendo vários colegas e estudantes.

Se atitudes ofensivas como essas penetrarem no funcionamento da estrutura da universidade, ela estará viciada, fora de sua verdadeira natureza, cuja finalidade é a formação de um ser humano completo, crítico e criador, e não criaturas privadas de liberdade, dóceis instrumentos de instituições por eles próprios hipertrofiadas. Precisamos urgentemente nos transformar em intelectuais da mudança, da cidadania e da ética, uma vez que uma universidade viciada em seu funcionamento é mais deletéria do que uma instituição mal organizada. Os males invisíveis são sempre mais perigosos que os males patentes”.


Data: 31/07/2006