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Governo quer ver laptop de US$ 100

Segundo assessor da Presidência da República, não dá para decidir sem máquina

Nicholas Negroponte, fundador do Media Lab, no Massachusetts Institute of Technology, deu início à corrida pela população de baixa renda no mercado de tecnologia, ao anunciar o projeto do laptop de US$ 100 no começo de 2005.

"O projeto já foi validado como conceito", afirmou José Luiz de Aquino, assessor especial da Presidência. "Recebemos as placas dos computadores, mas precisamos validar o produto."

O governo estuda a compra de 1 milhão de máquinas, que seriam distribuídas a estudantes brasileiros.

O Brasil espera receber os computadores inteiros, ainda para testes, até novembro. "Já houve três ou quatro promessas de entrega", destacou Aquino.

O Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI), da USP, o Centro de Pesquisas Renato Archer (CemPra) e a Fundação Certi são responsáveis por estudos de viabilidade do laptop de US$ 100.

Em setembro, o Ministério da Educação planeja testar o produto em três escolas, com computadores portáteis convencionais que vão simular o laptop de US$ 100.

O nome oficial do projeto de Negroponte é Um Laptop por Criança (OLPC, na sigla em inglês).

Além da ausência de máquinas completas, existem outros obstáculos a serem vencidos para a chegada dos laptops baratos no País. Um é o preço. Negroponte já anunciou que, inicialmente, os laptops de US$ 100 devem sair por cerca de US$ 135.

"Estamos trabalhando com o preço de US$ 100", afirmou Aquino. "A diferença é muito grande. Eles chegaram a falar que, em três anos, o laptop sairia por US$ 60."

Outra questão que pode emperrar o andamento do processo é o local de fabricação. A OLPC fechou um contrato com a empresa Quanta, de Taiwan, para produzir o primeiro lote de máquinas.

O Brasil, no entanto, quer envolver a indústria local. "Não temos compromisso de abrir mão da cadeia produtiva", disse o assessor da Presidência.

"Queremos participar e eles puxam para o software, mas também temos que fazer alguma em hardware."

A AMD, segunda maior fabricante de processadores do mundo, participa do projeto. A concorrente Intel lançou a proposta de laptop educacional, chamado Classmate, que deve sair por cerca de US$ 400.

"Em dois ou três anos, a indústria vai chegar a US$ 100", afirmou Ricardo Carreón, diretor geral da Intel para a América Latina. "Hoje, esse preço compromete muito a funcionalidade."


Data: 03/08/2006