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Cientistas pedem mais recursos em 2007

"A Amazônia é fundamental como um laboratório natural e precisa de uma política de Estado urgente e de grande porte para equacionar seus problemas"

O presidente Lula reuniu-se na noite desta quarta-feira, no hotel Blue Tree, um grupo de 55 representantes da comunidade científica para discutir as políticas adotadas em seu governo nas áreas de ciência, tecnologia e inovação, além de ouvir sugestões para o programa de governo de um eventual segundo mandato.

No encontro, o ministro da C&T, Sergio Rezende, enumerou os avanços do setor sob o governo Lula.

"De 2002 para cá, passamos o orçamento dos fundos setoriais de R$ 343 milhões para R$ 1,2 bilhão. Também elevamos o número de bolsas de estudos concedidas pelo CNPq e pela Capes, o que levará à formação de dez mil doutores até dezembro", disse Rezende.

Segundo ele, os recursos federais investidos nessas áreas passou de R$ 6,5 bilhões, em 2002, para R$ 10 bilhões neste ano.

O ministro argumentou ainda que os incentivos previstos na Lei da Inovação Tecnológica foram uma medida de forte impacto para as empresas.

"Com a subvenção econômica prevista na lei, que foi aprovada em 2004, criamos instrumentos para que a inovação chegue, de fato, às empresas".

O ministro também listou a isenção tributária sobre bens destinados à pesquisa e a criação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

Também falou sobre a reformulação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). "Vou convocar um reunião da CTNBio para resolver alguns 'problemitos'", disse Lula aos cientistas.

Depois da apresentação de Rezende, os participantes debateram alguns temas com Lula por cerca de uma hora.

"Espero uma acolhida do presidente para fortalecer a educação como um esforço de desenvolvimento tecnológico e de formação capaz de preparar um salto qualitativo do país", disse o presidente da SBPC, Enio Candotti.

"A Amazônia é fundamental como um laboratório natural e precisa de uma política de Estado urgente e de grande porte para equacionar seus problemas".

Os cientistas, em sua maioria professores de Universidades federais e de centros de referência no país, listaram alguns dos principais pontos necessários para garantir o desenvolvimento dessas áreas nos próximos anos.

As sugestões vão desde a conclusão da reforma universitária no Congresso Nacional até o fortalecimento do papel de coordenação do Ministério da C&T e do Conselho Nacional de C&T [CCT].

Os cientistas também pediram a Lula mais recursos para o CNPq e políticas para a formação de recursos humanos especializados em regiões como a Amazônia, que tem déficit de professores com doutorado.

Na reunião, que durou mais de três horas, Lula ouviu também reclamações dos cientistas para ampliar os recursos dos fundos setoriais de ciência e tecnologia.

Os membros da academia pediram a criação de novos fundos e programas educacionais patrocinados com a taxação do sistema financeiro.

Lula também ouviu cobranças pela intensificação da formação e capacitação de engenheiros e de professores de ciências e de matemática, além de demandas por ações mais fortes de divulgação científica.


Data: 10/08/2006