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CNPq começa seleção de projetos sobre doenças negligenciadas

Recursos são da ordem de R$ 20 milhões, provenientes do Ministério da Saúde

Dezesseis pesquisadores, especialistas em diversas áreas da saúde, estão reunidos até sexta-feira, 18 de agosto, em Brasília, para realizar a primeira etapa de seleção das propostas enviadas para o edital que apóia projetos direcionados ao estudo de doenças negligenciadas.

Durante a abertura do primeiro dia de julgamento, realizado nas dependências do CNPq nesta terça-feira (15/8), o presidente da agência, Erney Camargo, falou sobre a importância rara do programa que une o CNPq, o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Ministério da Saúde, para juntos concretizarem uma nova forma de fomento a pesquisas que abordam problemas específicos e sem solução ligados à área de saúde pública.

Com recursos no valor global de R$ 20 milhões, provenientes do Ministério da Saúde, o edital vai financiar projetos que apresentam avanço científico e melhorias para a saúde pública, focados nas doenças de chagas, dengue, hanseníase, leishmanioses, malária, tuberculose, denominadas doenças negligenciadas, e nos temas transversais, com linhas de apoio para tendências epidemiológicas, bioinformática, estruturação de bancos de dados, vacinologia e mobilização social.

As propostas apresentadas estão divididas em três faixas de recursos, indicados pelos coordenadores dos projetos: até R$ 200 mil, totalizando 61,6% das propostas recebidas; de R$ 200 mil à R$ 500 mil, com 29,1% das propostas; e de R$ 500 mil à R$ 2 milhões, com 6,3% de indicação nas propostas; os outros 3,1% não indicaram sua faixa de recursos.

As linhas temáticas do edital surgiram durante reunião entre representantes da comunidade científica e gestores das áreas de saúde pública, que se encontraram no RJ para indicar temas prioritários que enfocam a resolução de problemas ligados às doenças negligenciadas, existentes no Terceiro Mundo e esquecidas pelas pautas das discussões de saúde pública.

O pesquisador Carlos Morel, atual coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, também esteve presente na abertura do julgamento e ressaltou a importância da concretização das ações iniciadas no RJ.

"Considero a reunião histórica, porque os temas das doenças no Brasil foram discutidos com relevante seriedade e maturidade pelos sistemas de saúde e de ciência e tecnologia. Agora, juntos, trabalham para vencer as falhas da saúde pública, porque este é um desafio dos dois".

Descentralização

A seleção das propostas será feita em duas etapas e 30% dos recursos globais disponíveis para o edital serão direcionados aos projetos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Para a primeira etapa, foram recebidas 320 propostas, sendo 70 voltadas para leishmanioses, 59 para os temas transversais, 54 para tuberculose, 51 para dengue, 36 para chagas, 30 para hanseníase e 20 para malária.

"O formato de análise em duas etapas é muito importante porque permite uma maior interação entre o comitê julgador e os coordenadores dos projetos. Nesta fase, o Comitê Temático pode sugerir adequações e aperfeiçoamentos nos projetos recomendados para reapresentação na próxima etapa", explica a coordenadora-geral do Programa de Pesquisa em Saúde do CNPq, Sofia Daher.

O resultado dos projetos selecionados nesta primeira etapa será divulgado até o dia 28 de agosto.

Confira aqui o edital na integra:
memoria.cnpq.br/servicos/editais/ct/2006/edital_0252006.htm


Data: 16/08/2006