"Não vamos competir no mercado aberto. Nossa intenção é ajudar os países menos desenvolvidos"

O Instituto Butantan lança até o final do ano um novo medicamento para o tratamento da síndrome da angústia respiratória em recém-nascidos.

A droga é um surfactante (espécie de detergente natural) que permite a abertura dos alvéolos pulmonares, evitando a falta de ar.

Obtida de pulmões suínos, ela deve estar disponível em todas as maternidades do Sistema Único de Saúde por um terço do valor do medicamento importado utilizado hoje, que chega a R$ 500.

A síndrome tem incidência maior em recém-nascidos prematuros. As pesquisas começaram há três anos e os testes, há oito meses.

Segundo o diretor do Instituto Butantan, Isaías Raw, o medicamento produzido no país aguarda apenas a aprovação da Agência de Vigilância Sanitária para ser distribuído.

"Nossa capacidade de produção é de meio milhão de surfactantes por ano", diz. O Instituto pretende exportar o medicamento.

"Não vamos competir no mercado aberto. Nossa intenção é ajudar os países menos desenvolvidos", diz Raw.