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Tecnologia: Internet busca aproximação com a TV

Yahoo fez parceria na Austrália e quer levar modelo para outros países. No Brasil, a Globo prepara projeto

O executivo brasileiro Bruno Fiorentini acaba de deixar a presidência do portal Yahoo para a América do Sul com um desafio novo para o setor de internet: trabalhar a convergência de mídias no Yahoo 7, na Austrália.

A empresa é uma joint venture recém-criada entre o site americano e um dos maiores grupos de mídia da Oceania, o 7.

A intenção é que o país seja uma espécie de laboratório da empresa de internet, que cada vez mais busca se distanciar de seu início como site de busca e diversificar sua atuação em informação.

"O
que o Yahoo quer é ser portal de conteúdo, com seus usuários gerando conteúdo e se integrando com a produção de mídia", diz.

Segundo ele, um dos exemplos do que isso significa na prática é o programa Dancing with the Stars (em português, Dançando com os Astros).

Na Austrália, o programa já testou possibilidades como interatividade dos internautas com os participantes e possibilidade de download de vídeos pelo celular.

"Nossa grande missão agora não é só integrar conteúdos de TV e internet, mas ir além e pensarmos em produtos multiplataforma, que conversem entre si".

Na Copa do Mundo, isto já foi testado. "Como a Austrália chegou à segunda fase da competição, um documentário para televisão foi feito com todo o trabalho desenvolvido anteriormente só para a Internet".

No Brasil e no resto do mundo, a empresa tem buscado parcerias e o site já mudou seu design para isso. Há dois meses, a página inicial foi modificada nos Estados Unidos, e na semana passada as mudanças chegaram ao Brasil. "Tudo visando dar mais ênfase às notícias e à nova proposta do Yahoo", diz.

Fiorentini iniciou a operação do Yahoo no Brasil, em 1999. Na época, o site estreou no país na 16ª posição em número de visitas e hoje está no 4º lugar.

Agora, ele espera criar na Austrália um modelo de negócio que possa ser recriado nas operações do Yahoo em todo o mundo. Para ele, as oportunidades neste setor de mídia são crescentes.

"E, no Brasil, com certeza muita coisa vai acontecer. É certamente um mercado em que vamos buscar parcerias".

Um dos principais concorrentes da empresa, o Google, também já testa experiências envolvendo televisão, porém com outro propósito. Segundo a revista de tecnologia americana Technology Review, a intenção é conseguir captar do aparelho do telespectador sons que identifiquem que tipos de programas ele assiste.

Com isso, o site será capaz de enviar conteúdos de interesse e até anúncios, tudo baseado no gosto da pessoa. Ainda não há definição sobre quando o produto, ainda em fase inicial de pesquisa, será lançado.

Globo

No Brasil, quem anda se movimentando neste sentido é a TV Globo. A emissora não quis dar detalhes de seus planos, mas está montando uma redação com cerca de 30 jornalistas em São Paulo para lançar um grande projeto convergindo televisão com internet, por meio de seu portal Globo.com.

O editor-chefe do programa Fantástico, Álvaro Pereira Jr, é um dos responsáveis pela formatação do projeto, que leva o nome de G1. A intenção é de que matérias sejam produzidas com recursos de televisão, mas com total interatividade com o público da internet.


Data: 28/08/2006