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Inpa apresenta pesquisas com fins sociais e econômicos

O objetivo é demonstrar como as pesquisas desenvolvidas pelo Instituto podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida das populações amazônicas e, ao mesmo tempo, servir como fonte de renda.

Os projetos para a preservação da biodiversidade da Amazônia, as patentes e os produtos tecnológicos, trabalhos de educação ambiental e inclusão social, bio-inseticidas contra malária e dengue, serão apenas algumas das atrações apresentadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), durante a III Feira Internacional da Amazônia (FIAM).

É o que explica o Coordenador de Extensão do Instituto, Carlos Roberto Bueno. A FIAM começou na quarta-feira e vai até o dia 2 de setembro no Centro de Convenções do Studio 5 e é promovida pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

O pesquisador disse que no estande do Inpa serão expostos produtos da biodiversidade amazônica desde seu estágio inicial, in natura (frutos, folhas, sementes etc), até produtos que podem ser negociados com empresas a transferência da tecnologia.

"A Divisão de Propriedade Intelectual e Negócios (DPIN/Inpa) identificou 21 produtos possíveis de patentear, os quais destacam-se a sopa de piranha que já está na fase final de negociação com uma empresa do RJ", destaca.

Vale ressaltar que os produtos identificados estão relacionados, principalmente, com a produção de cosméticos anti-oxidante, produzidos a partir de óleos vegetais de palmeiras amazônicas, por exemplo, o buriti.

Também há um kit para identificação da leishmânia, o qual foi desenvolvido pelo pesquisador Alexander Sibajev da Coordenação de Pesquisas em Ciências da Saúde (CPCS). Fora os produtos citados, há a pupurola, granola de pupunha, entre os projetos que não podem ser mencionados, pois precisa de sigilo. Além disso, também tem o secador solar de madeira que já é utilizado em vários países.

Os pesquisadores do Laboratório de Malária e Dengue apresentarão os avanços na utilização da bioprospecção (uso de material genético com fins comerciais) para a produção de inseticidas biológicos e o desenvolvimento de produtos biotecnológicos como meio alternativo no controle de vetores (hospedeiros intermediários de agentes causadores de infecções), viroses e doenças tropicais.

Para isso, também estarão expostos os animais taxidermizados (empalhados), pois o objetivo é mostrar todo o ciclo das doenças. Entre os resultados obtidos foi comprovada a diminuição da quantidade de mosquitos na periferia da cidade. Além disso, o bioinseticida não prejudica o meio ambiente e sua fauna associada (demais mosquitos).

Em relação às pesquisas com madeira, Bueno disse que a Coordenação de Pesquisas em Produtos Florestais (CPPF) vai expor projetos, como, o de aproveitamento de galhos para a fabricação de móveis rústicos. Já que os galhos possuem diferentes formas, bifurcações em diversos ângulos e algumas vezes são compostos de nós, cavidades e figuras decorativas, detalhes que podem fazer de cada móvel uma obra exclusiva e rara.

Além disso, também serão expostos os pequenos objetos feitos com as madeiras que teriam como destino final o lixo das empresas madeireiras.

O Coordenador de Extensão afirma que o destaque também fica por conta do Programa de Pós-Graduação do Inpa que há mais de trinta anos forma recursos humanos para a Amazônia.

"O programa já formou mais 900 pessoas, sendo 726 estudantes de mestrado e 183 de doutorado. Essas pessoas estão em centros de ensino e pesquisa, como: Universidade Estadual do Amazonas (UEA), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Empresa Brasileiros de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e no próprio Instituto", destacou Bueno.

Ele explica que no estande do Inpa foi montado um "data show" para apresentar ao público os trabalhos sobre os fenômenos relativos à mudança climática global, suas dimensões internacionais (convenções, protocolos e mercado de carbono), as dinâmicas e os efeitos da emissão de gases de efeito estufa, as relações entre mudanças climáticas e biodiversidade, sistemas produtivos humanos e saúde etc, pesquisados pelo programa de Larga Escala da Biosfera Atmosfera da Amazônia (LBA) e coordenado cientificamente pelo Instituto. "O LBA conta com a parceria dos EUA e vários países da Europa", disse.

Além dos trabalhos do LBA, também será passado slides sobre educação ambiental, como, os "Pequenos Guias", que há 11 anos ensina meninos e meninas residentes no entorno do Instituto a preservar o meio ambiente, as aulas sobre educação ambiental com as crianças que moram no entorno da Reserva Adolpho Ducke desenvolvidos pelo Laboratório de Psicologia e Educação Ambiental (LAPSEA) e o Comunidade no Jardim Botânico realizado pela Divisão de Apoio às Estações e Reservas (DSER) e Coordenação de Extensão (COXT).


Data: 31/08/2006