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Inteligência artificial é o futuro do diagnóstico por imagem de câncer de mama, diz médico

Através da palpação, tumor só é identificável após 10 anos de existência. Segundo especialista, tecnologia digital com inteligência artificial ajudará o diagnóstico, pois é capaz de identificar detalhes que a retina humana não vê.

 

Henrique Alberto Pasqualete, diretor médico do Centro de Estudos e Pesquisa da Mulher (CEPEM), fez uma conferência sobre câncer de mama no 44° Congresso do HUPE. Ele falou especificamente sobre “Diagnóstico por imagem do câncer inicial de mama” e iniciou com uma breve história da evolução dos diagnósticos do câncer e informando que cerca de 90% das neoplasias de mama são de origem epitelial. “Considerando que a multiplicação celular demora 100 dias para se completar, e que só após atingir 1cm é que o câncer consegue ser diagnosticado pela  palpação, o médico só o descobrirá por esse procedimento quando já tiver mais ou menos 10 anos de existência. Por esta razão, a mamografia capaz de detectar tumores bem menores é de fundamental importância”, disse Henrique.

 

A biópsia cirúrgica, que é indicada quando há a suspeita de tumor maligno, foi apontada pelo palestrante como uma técnica que possui vários problemas. Segundo ele, o procedimento “requer internação, causa cicatrizes na mama e em apenas cerca de 20% das pacientes há a comprovação de câncer, ou seja: 80% se submetem a uma cirurgia desnecessária”. Uma alternativa a esta biópsia é, segundo o palestrante, a biópsia de fragmento e a mamotomia. Esta ultima é uma punção só para a mama que foi desenvolvida em 1996, mas que apresenta um alto custo. Cada agulha custa em média 1.300 reais.

 

O médico afirmou também que o futuro do diagnóstico do câncer de mama é a tecnologia digital com inteligência artificial, que é capaz de identificar detalhes que a retina humana não vê. Ele falou ainda das tecnologias de ponta como mamografia digital mais scanning de ultra-som mamário, uso de contraste e da tomosintese digital que em dois ou três anos deve estar no mercado, capaz de fazer várias imagens e depois transformá-las em vídeo com dose de variação mínima. Ele acredita que  futuro da imagenologia  digital (estudo de estruturas, órgãos e sistemas através de imagens com o intuito de diagnosticar patologias) é buscar mais sensibilidade e mais acertos quanto às indicações de biópsias.


Data: 04/09/2006