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HIV mata mais mulheres do que homens

Segundo pesquisadora da Uerj elas também mostram mais efeitos colaterais do que eles e demoram mais tempo para procurar atendimento especializado.

 

O vírus do HIV tem um impacto diferente em homens e mulheres. Esta foi a síntese da pesquisadora Erika Ferraz de Gouvêa durante a mesa “Mulher e infecção por HIV”, no 44º Congresso do Hospital Universitário Pedro Ernesto. O evento que mistura conteúdo científico e atividades destinadas procurou enfocar neste ano temas ligados à saúde da mulher.

 

De acordo com a Erika, o HIV evolui para AIDS com valor de carga viral menor e tempo de infecção menor que o dos homens. Outra desvantagem do sexo feminino sobre o masculino está na taxa de mortalidade, que mostra que elas costumam morrer mais do que eles. Segundo a pesquisadora, 40% das mulheres infectadas em todo mundo não costumam ter o mesmo acesso à terapia do que os homens.

 

Ainda de acordo com a palestrante, os medicamentos utilizados no combate ao HIV também são mais tóxicos e provocam mais efeitos colaterais nas mulheres do que nos homens, chegando a levá-las a abandonar o tratamento. Isto acontece porque, apesar de necessitarem da mesma concentração de substância que eles, elas apresentam menor índice de massa corpórea, menor superfície de órgãos e maior concentração de gordura corporal.

 

Outro fator que também afeta a eficácia do tratamento das pacientes com HIV é a demora em procurar atendimento médico. A pesquisadora atribuiu o fato à preocupação com a casa e os filhos que muitas vezes faz com que essas mulheres deixem a saúde em segundo plano. “É muito mais um problema social do que uma política de atendimento a mulher”, disse. 

 

A médica ainda comentou a realização do tratamento no período de gestação. Segundo ela, “ainda não existem dados que comprovem que HIV pode piorar a gestação”.


Data: 04/09/2006