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Professor da UFCG participa de reunião com o Ministro das Comunicações

O professor Dr. Marcelo Sampaio de Alencar (foto), do Departamento de Engenharia Elétrica da UFCG, teve uma reunião com o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, na última segunda-feira, 19, em Brasília. O professor é presidente do Instituto de Estudos Avançados em Comunicações (Iecom) e Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Telecomunicações (SBrT), e a reunião do Comitê Consultivo do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), do qual o professor Marcelo Alencar é membro titular, é presidida pelo Ministro das Comunicações ou, quando em sua ausência, pelo Secretário de Telecomunicações do Ministério, Roberto Pinto Martins. O Comitê, principal fórum da área no País, é formado pelas sociedades científicas e profissionais mais importantes da área, incluindo a SBrT, a ABERT, a ABTA, a SET, a ASSESPRO, a ABIPT, a SBPC, a ABTU, a FENAJ, SOFTEX, IETV, ABPEC, dentre outras.

Durante a reunião, o professor Marcelo Alencar expôs a preocupação da comunidade científica em relação às recentes declarações do Ministro de que estaria propondo liberação das tarifas de importação de equipamentos de televisão digital, o que poderia prejudicar o desenvolvimento do sistema brasileiro de televisão digital, para beneficiar apenas algumas grandes emissoras, visto que seria determinado um prazo de oito meses para a importação, findo o qual as tarifas voltariam ao normal. Outros membros do Comitê mostraram a mesma preocupação. O Ministro e o Secretário argumentaram que a medida teria caráter geral e que, a princípio, não valeria para equipamentos fabricados no Brasil.

Em outra parte de sua intervenção, o Ministro chegou a afirmar, como já havia declarado à imprensa, que o País não deveria reinventar a roda em relação à televisão digital. O professor Marcelo retrucou, lembrando que essa mesma afirmação ele havia ouvido do presidente do Fórum ATSC, o sistema americano de televisão digital, Robert Graves, amigo do Ministro, há dois anos, durante reunião da Câmara de Comércio Americana, em Washington.

Na época, continua o professor Marcelo Alencar, sua resposta a Robert Graves tinha sido a seguinte "Vocês não querem que o Brasil reinvente a roda da televisão digital, mas os EUA a reinventaram diversas vezes ao longo da história, inclusive no caso da televisão de alta definição - que havia sido primeiramente desenvolvida pelo Japão. Por que o Brasil não pode criar seu próprio padrão de TV digital, mais adaptado às suas necessidades e contingências?". O presidente do Fórum ATSC ficou sem palavras na época.

O ministro tentou mudar de assunto, afirmando que o Brasil não dispõe de recursos para desenvolver a televisão digital, e que os EUA gastaram US$ 3 bilhões nesse desenvolvimento em mais de dez anos de projeto. Concluiu fazendo um desafio "Você pode me garantir que o projeto de televisão digital brasileiro será desenvolvido até junho de 2006?" O professor Marcelo Alencar respondeu que o que estava sendo produzido pelo SBTVD e por aquele Comitê era um modelo de referência para a televisão digital - e que esse modelo ficaria pronto até fevereiro de 2006, como previsto.


Data: 26/09/2005