Coppe e Funceme fecham parceria para estudo de impactos no rio Pirangi, Ceará
Pesquisa visa apresentar subsídios para ocupação ordenada e manejo sustentável da área com apoio da Funcap/CNPq/Pronex
Paulo César Colonna Rosman, da Coppe, a Coordenação de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ, dará um treinamento sobre Uso da Modelagem Computacional como Ferramenta de Planejamento e Gestão Ambiental Integrada de Recursos Hídricos e Zona Costeira, na Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), nos dias 13 a 16, em Fortaleza.
Professor do Departamento de Engenharia Costeira do Coppe-UFRJ, Paulo César Colonna Rosman profere a aula inaugural no dia 13, das 9 às 11h, no auditório da Federação das Indústria do Ceará (Fiec), aberta ao público.
A Funceme assinou contrato de cooperação técnica com a Coppe, que prevê este treinamento de quatro dias sobre o SisBahia, sistema de modelos matemáticos desenvolvido pelo Departamento de Engenharia Costeira da Coppe para estudos ambientais.
O SisBahia será utilizado na realização do projeto de pesquisa "Avaliação do Uso Potencial de Áreas Estuarinas a partir da Identificação e Caracterização do Comportamento de Variáveis Hidro-Climatológicas, Oceanográficas e Ambientais - Estudo de Caso: Rio Pirangi-Ceará".
O estudo tem como principais objetivos conhecer o atual estado de ocupação e conservação do estuário do rio Pirangi e apresentar subsídios para estabelecer diretrizes, parâmetros e procedimentos para a ocupação ordenada e manejo sustentável desta área.
O estuário do rio Pirangi situa-se em parte dos municípios de Beberibe e Fortim, no litoral leste cearense, conhecido pelo potencial econômico de turismo em suas belas praias. A região tem tido uma ocupação intensa pela exploração da carcinicultura.
O estudo foi proposto tendo em vista que as áreas de estuário dos rios cearenses, embora apresentem condições favoráveis às atividades de carcinocultura e empreendimentos turísticos, são fortemente vulneráveis à degradação, observa a pesquisadora Ana Lúcia d'Assumpção, da Funceme.
Segundo ela, os problemas ambientais já vêm ocorrendo, com a ocupação desordenada das terras, o que enfatiza a importância da gestão ambiental eficaz da região, de modo a efetivar o ordenamento das atividades econômicas e garantir sua sustentabilidade.
A pesquisa é realizada pela Funceme em parceria com a Universidade Estadual do Ceará (Uece). O estudo recebeu financiamento de cerca de R$ 200 mil da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) e CNPq - Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex).
A pesquisa de campo encontra-se em fase de conclusão, cujos dados vão alimentar o modelo matemático que será ajustado, de modo a construir cenários para o futuro e para servir como ferramenta de gestão, explica o pesquisador Dirceu Reis, da Funceme.
Até novembro serão apresentados os primeiros relatórios da pesquisa que será concluída ainda este ano.
O estudo multidisciplinar em execução pela Uece e Funceme inclui a caracterização do comportamento das variáveis climatológicas, oceanográficas, biológicas, hidrológicas e ambientais que impliquem no uso potencial das áreas estuarinas.
Participam da pesquisa, pela Uece, o Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica (LGCO) do CCT, e o Núcleo de Genoma e Bioinformática (Nugen) da Faculdade de Veterinária.
Já foram realizados os trabalhos de delimitação da região estuarina, do setor navegável e da área de influência da maré salina; definição das estações de monitoramento dos parâmetros físico-químicos, hidrodinâmicos e sedimentológicos.
Foi feita a caracterização climática e hidrológica, a coleta de variáveis hidroclimáticas, oceanográficas e ambientais e o levantamento batimétrico.
Estão em andamento as atividades de topografia dos trechos não navegáveis do estuário, o mapeamento das formas de ocupação e uso dos solos, e a caracterização da biodiversidade e variabilidade genética da fauna do estuário. Data: 06/09/2006
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