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Menos entraves, mais ousadia

O ritmo com que o Brasil entra na corrida tecnológica global revela um país que hesita em inovar e lucrar com isso

Discutir ciência e tecnologia pode render a falsa idéia de uma conversa para iniciados. Mas os quatro convidados do 6º Aliás Debate, Carlos Henrique Brito Cruz, Fernando Reinach, Laymert Garcia dos Santos e Silvio Meira (confira as notas biográficas ao lado) trataram de eliminar essa possibilidade no último encontro da série, ocorrido nesta segunda, no auditório de O Estado.

Provaram que ciência e tecnologia incessantemente atravessam o nosso cotidiano, moldam comportamentos e prismam o futuro das gerações e dos países.

Numa discussão livre de formalismos, conseguiram mapear os impulsos e impasses de um real desenvolvimento científico e tecnológio brasileiro. No mundo globalizado, como lembrou o professor Meira, não existem mais grandes desafios.

"Apenas desafios, ponto". Cabe portanto aos governantes e setores produtivos da sociedade a adoção de políticas equilibradas, racionais e rápidas para que o País não fique ainda mais defasado na superação das fronteiras do conhecimento.

"Progresso lento não é progresso", lembrou Reinach. "Mas também é preciso fazer opções de longo prazo", cutucou Laymert. Entre uma colocação e outra, Brito Cruz tratou da nossa tão peculiar "síndrome de Santos Dumont".

Há exatos 100 anos, um mineiro de Palmira levantou o seu 14 Bis a 60 m do solo parisiense. Consolidou assim a invenção que mudaria o mundo.

E o mundo lucrou com isso. Em que outras áreas mais daremos o primeiro passo, para perder a corrida?


Data: 15/09/2006