Está prevista pelo MEC a criação de mais (cinco) Universidades Federais Tecnológicas em 2007 (a primeira e única é a do Paraná, criada em outubro de 2005). Não podemos deixar passar esta oportunidade!


Silvio Carlos Ribeiro Vieira Lima - Professor do Centec e Doutorando em Irrigação e Drenagem pela USP/Esalq.

Em 25 de Agosto de 2006, tive a oportunidade de ler aqui em SP, no "Jornal da Ciência", a seguinte notícia: "Ceará inicia mobilização para pleitear no MEC uma Universidade Federal Tecnológica".

Esta proposta, segundo a matéria, seria viabilizada com o Cefet-CE, que tem 7.500 alunos e a federalização dos Centec's, com 2.500 alunos de três Faculdades Tecnológicas e de cursos técnicos de nível médio, além de 40 Centros Vocacionais Tecnológicos (CVT) que atendem a 42 mil pessoas por ano, criando assim a maior Universidade Federal Tecnológica da América Latina.

Procurei nos jornais cearenses informações sobre esta "mobilização" e para minha surpresa e decepção, encontrei pouca coisa sobre o assunto.

Defendo esta idéia pois sou professor do Instituto Centec há cinco anos e fui diretor da Faculdade Tecnológica Centec de Sobral por um ano e meio. Posso falar deste instituto com segurança já que o conheço muito bem.

É uma instituição de educação profissional e tecnológica das melhores do país.

Possui uma estrutura fabulosa que caso viesse a ser formada novamente, na conjuntura política e econômica atual, precisaria de muito mais do que os seus oito anos de existência.

Está distribuída geograficamente no Ceará de uma forma inteligente que viabiliza qualquer programa de interiorização da educação contribuindo de maneira significativa a outras instituições estaduais e federais.

Foi visitada por praticamente todos os estados do país com o objetivo de copiar o modelo de gestão e a estrutura de laboratórios, sala de vídeo conferência, programa de incubadoras de empresas e sua atuação no interior do Estado.

Tenho conhecido várias instituições aqui em SP e, na própria USP, não encontro alguns laboratórios que uma Faculdade Centec possui.

O que torna o Centec ainda pouco produtivo cientificamente é a dificuldade de se ter um corpo docente fixo e de qualidade, já que para seu custeio é necessário um orçamento que depende, além de um contrato com o governo estadual, parcerias com outros órgãos e com a iniciativa privada.

Temos poucos professores com o título de doutor pois estes optam por uma Universidade federal ou estadual que possa lhe oferecer um salário melhor e a tão sonhada estabilidade.

Acredito estar aí a principal barreira que uma federalização romperia. É imprescindível um corpo docente permanente e com titulação e citando aqui o meu sempre mestre, Professor Francisco de Souza "precisamos de doutores".

Está prevista pelo MEC a criação de mais (cinco) Universidades Federais Tecnológicas em 2007 (a primeira e única é a do Paraná que foi criada em outubro de 2005). Não podemos deixar passar esta oportunidade!

Esta luta não pode ser de um só político, ela deve ser de todas as forças políticas e da sociedade cearense em geral. Precisamos sim criar a Universidade Federal Tecnológica do Ceará - UFTC.