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Incêndio destrói 60% da Serra da Canastra

Ibama investiga se ato foi criminoso; Mata do Jambreiro também queima

O incêndio que atingiu o Parque Nacional da Serra da Canastra, na região centro-oeste de Minas, destruiu cerca de 60% da área regularizada da reserva natural. De acordo com o primeiro levantamento do Ibama, foram queimados 45 mil hectares de vegetação.

No total, o parque tem 200 mil hectares, mas só 71 mil estão regularizados, não sendo objeto de litígio entre Ibama e proprietários rurais.

A falta de regularização pode estar na origem do incêndio. Segundo o Ibama, que já iniciou investigação, foi um ato criminoso. "Não há dúvida disso", afirmou ontem o chefe do parque nacional, Joaquim Maia Neto. Ele disse que o Ibama está perto de identificar alguns autores do crime, mas não deu mais detalhes.

Neste mês, o Ibama chamou fazendeiros para discutir a regularização fundiária na área do parque, mas eles não compareceram à reunião. A investigação da autoria do incêndio é feita em parceria com a Polícia Federal e o serviço de inteligência da Polícia Militar de Minas.

O incêndio começou no dia 9 e só foi controlado anteontem. O clima seco, o calor e o vento forte também contribuíram para que as chamas se espalhassem. Uma das áreas mais atingidas foi o entorno das nascentes do Rio São Francisco, que teve a vegetação quase toda destruída. Isto compromete a qualidade da água e provoca acúmulo de resíduos no leito do rio.

Fora de controle

A Mata do Jambreiro, parte de uma área de proteção ambiental em Nova Lima, perto de Belo Horizonte, também está queimando. O incêndio começou na sexta-feira e pode ser criminoso. Sessenta homens do Instituto Estadual de Florestas (IEF) atuam no local. Ainda não há estimativa da área atingida.

Para Ibama, incêndio foi ato criminoso

O Ibama acredita que foi criminoso o incêndio que destruiu cerca de 50 mil hectares do Parque Nacional da Serra da Canastra, no centro-oeste de Minas. Ontem o fogo foi controlado, após uma semana. Os principais suspeitos são produtores rurais com propriedades no entorno do parque. Eles vêm tendo atritos com o Ibama, por se recusarem a discutir a regularização fundiária.

O parque tem 200 mil hectares, mas apenas 71 mil estão regularizados. "Foi sabotagem. Toda vez que acabava o fogo numa frente, surgiam focos em áreas distantes", afirmou Vinicius Augusto Vieira, funcionário que atua na proteção às nascentes do Rio Araguari.


Data: 18/09/2006