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China: um edifício estranho dedicado à biomedicina

Instituto de Nanotecnologia Biomédica e Membranas Biológicas de Chengdu, China, vai custar US$ 12 milhões

Um instituto de pesquisa biomédica em Chengdu, na China, pretende mostrar que está realmente comprometido com os princípios científicos construindo um edifício inovador, inspirado nas células.

As protuberâncias na superfície do prédio são salas de reunião e representam as proteínas embutidas na membrana da célula.

As piscinas interiores, com formato de mitocôndria (organela celular responsável pela produção de energia no organismo), são surreais.

O design pode parecer jocoso e até grotesco, mas a intenção é séria, diz Shuguang Zhang, diretor do Centro de Engenharia Biomédica do Instituto de Tecnologia de Massachusetts que trabalhou com Sloan Kulper e Audrey Roy, formados pelo MIT, para tornar realidade seu sonho de "arquitetura inspirada na biologia".

'A natureza criou tudo isso em bilhões de anos e finalmente os humanos entenderam', diz o fundador do Instituto de Nanotecnologia Biomédica e Membranas Biológicas de Chengdu.

Motivação para o estudo

Há quem não compartilhe do entusiasmo de Zhang, mas para ele os edifícios padrão, com suas linhas retas e formatos de caixa convencionais, são 'maçantes'.

Obras mais imaginativas - como as do mestre catalão Gaudí ou de Frank Gehry (o arquiteto do Museu Guggenheim de Bilbao) - são as que repercutem, explica.

"As pessoas se viram para olhar", diz, "gostem ou detestem", e as crianças podem ficar motivadas a aprender biologia.

Zhang diz ter recusado uma dezena de projetos de Kulper, ex-aluno do MIT, antes de aprovar o atual projeto.

"Alguns pareciam queijo suíço", lembra. "Outros pareciam um bolo." Ele calcula que a construção custará US$ 12 milhões. O projeto ainda está na fase de levantamento de fundos.

O biomédico duvida que o pública vá detestar tanta ousadia arquitetônica. 'É biologia', diz. "Quantas pessoas odeiam árvores? Quantas odeiam as conchas marinhas e os cogumelos?"

"Quando a Torre Eiffel foi construída", apela, "muitas das pessoas em Paris a detestaram. Hoje é o símbolo da cidade".


Data: 18/09/2006