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AEB faz última avaliação em foguete bicombustível desenvolvido pela UnB

Um foguete brasileiro mais barato e seguro. Essa é a proposta do projeto desenvolvido por especialistas do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Brasília (UnB), que faz parte do Programa Uniespaço, da Agência Espacial Brasileira (AEB)

O foguete, feito de alumínio, é uma proposta inovadora, pois usa como propulsão a mistura de combustível líquido e sólido. No último dia 14, uma equipe do Uniespaço fez a última avaliação do projeto antes da apresentação do resultado final, em novembro.

Para José
Bezerra, avaliador do Uniespaço, o projeto, que já dura quase dois anos, foi bem executado. Segundo ele, os resultados preliminares apontam para uma boa utilização dos estudos pelo programa espacial brasileiro.

Bezerra, apontou várias vantagens no desenvolvimento desse foguete: uma delas é que ele utiliza uma tecnologia inédita na América Latina que é misturar combustível sólido, no caso parafina, com um oxidante, o N2O. "Esses materiais são de fácil manuseio e se encontra com abundância", disse. Esses estudos também podem, no futuro, ajudar no desenvolvimento de motores a combustível líquido no país.

Outra vantagem desse tipo de iniciativa, a exemplo do desenvolvido pela UnB e outras universidades do país, é que as pesquisas ajudam a formar novos especialistas para o programa espacial, já que não temos nenhum curso no país voltado diretamente nessa área.

Mais um ponto positivo é que esse foguete, como é barato, pode ajudar a melhorar os serviços prestados tanto na base de lançamento de Alcântara (MA), como a da Barreira do Inferno (RN). "Esses foguetes podem ser lançados, a baixo custo, pelo menos uma vez por mês em cada base. Assim, podemos testar equipamentos de segurança, rastreamento e fazer pequenos lançamentos", explica.

O Programa Uniespaço, desenvolvido pela AEB desde 1998, tem o objetivo de promover o desenvolvimento de tecnologias que serão aplicadas no programa espacial brasileiro.

A gerente do Programa, Loiva Calderan, explica que a seleção dos projetos de pesquisa é feita por meio de anúncio de oportunidades, divulgados pela AEB, que buscam atender a indicações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), responsáveis respectivamente pelo desenvolvimento de satélites e foguetes nacionais.

Atualmente 15 pesquisas estão em andamento. Nos dias 21 e 22 de novembro será realizado um Seminário para a apresentação dos resultados finais de todos os projetos. Novo anúncio de oportunidade deve ser abertos nos próximos meses.


Data: 19/09/2006