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RNP, Uerj e USP participam do 18th Global Grid Forum

Instituições fazem parte de experimento internacional de grade de dados

Pela primeira vez, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP/MCT) esteve representada em uma demonstração no Global Grid Fórum (GGF). A sua 18ª reunião foi realizada de 11 a 14 de setembro, em Washington DC, nos EUA. O evento internacional lidera a normatização técnica de grids (grades, em português), com a participação de empresas e de instituições de pesquisa.

O convite para a participação do Brasil no experimento foi feito por profissionais do San Diego Supercomputer Center (SDSC), da Universidade da Califórnia, um líder mundial em projetos de computação avançada e dados de larga escala.

Doze países, entre eles EUA, Reino Unido e Japão, fizeram parte da demonstração de grid de dados. Da América Latina, Brasil e Chile estiveram envolvidos.

O objetivo da atividade multicêntrica foi mostrar que é possível a interoperação entre diversos sistemas de gerenciamento de informações, de forma integrada, mesmo que a infra-estrutura seja formada por sistemas independentes, heterogêneos e distribuídos em instituições diferentes.

A dedicação do grupo valeu a pena. O middleware Storage Resource Broker (SRB) permitiu que fossem realizadas operações de acesso remoto, extração e catalogação de informações, através da federação internacional de sistemas de dados.

Operações de replicação e gerenciamento de metadados foram feitas com o uso de sistemas de armazenamento de dados localizados no Brasil.

Os usuários acessaram imagens dos observatórios astronômicos Noao, localizados no Chile e nos EUA, e registros históricos do National Arquives norte-americano. Dados de física de altas energias foram disponibilizados pelo grupo brasileiro da Uerj.

A colaboração internacional foi liderada por Reagan Moore, diretor da divisão de Data Intensive Computing do San Diego Supecomputer Center.

A experiência foi coordenada no Brasil pelo coordenador de P&D da Diretoria de Inovação da RNP, Marcio Faerman, que a acompanhou remotamente.

As operações do SDSC usaram, entre outros, sistemas de gerenciamento de informação de instituições brasileiras.

O projeto T2 Hepgrid Brasil, um dos líderes em físicas de altas energias no país, coordenado por Alberto Santoro, da Uerj, compartilhou arquivos e sua infra-estrutura de gerenciamento de dados com a grade internacional utilizada na demonstração.

A Uerj está conectada à rede de computadores por meio do projeto Giga, iniciativa de rede óptica da RNP e do CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Telecomunicações).

Em SP, o Grupo de Trabalho de Armazenamento em Rede da RNP, coordenado por Sérgio Takeo Kofuki, professor da Escola Politécnica da USP, também se integrou à infra-estrutura federada.

Rede Clara e Whren-Lila viabilizam participação brasileira

A conectividade internacional para o Brasil foi provida pela Rede Clara (Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas) e pelo Projeto Whren-Lila (Western Hemisphere Research and Education Networks - Links interconecting Latin America).

Entre os benefícios constatados com a demonstração estão o ambiente colaborativo e a maior segurança gerada com a replicação de dados em vários locais geográficos.

"Essa infra-estrutura agiliza, substancialmente, a capacidade de compartilhar informação. Um biólogo que armazena resultados de suas experiências localmente, mas os compartilha através dessa infra-estrutura, poderá ter essa informação descoberta, acessada remotamente e processada na grid por grupos da área farmacêutica, em diversos países. Isso auxiliará no desenvolvimento de novas drogas. Além disso, se um dado for armazenado apenas localmente e for corrompido, ele se perde. Já se forem feitas cópias em outros lugares, a possibilidade de falhas é bem menor", explica Marcio Faerman.

Para o diretor de Inovação da RNP, Michael Stanton, a disponibilização dessa infra-estrutura de grade para a comunidade científica é uma das principais metas da instituição nos próximos anos.

"Participarmos do Global Grid Forum foi uma ótima oportunidade de investigar a evolução dessas tecnologias", afirma.


Data: 26/09/2006