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Criado prêmio de um milhão para luta contra cegueira

Fundação portuguesa quer unir pesquisa a aplicações práticas

Estimular a aplicação prática de conhecimentos e a criação de novas soluções no combate à cegueira é o objetivo do Prêmio Champalimaud. Criado pela Fundação Champalimaud, de Portugal, e anunciado ontem no palácio presidencial da Índia, em Nova Délhi, o prêmio tem o valor de 1 milhão, superior ao Nobel.

'A característica básica deste prêmio é fazer a ligação entre laboratório e hospital. Para isso, em um ano o prêmio será dado à pesquisa pura e no ano seguinte às experiências de aplicação prática, para pessoas que estão fazendo o trabalho de campo de prevenção da cegueira.

É um espaço em que há trabalhos brasileiros que podem concorrer', contou ao Estado a portuguesa Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud.

'Na maior parte das vezes, as instituições ligadas às universidades deixam em segundo plano o atendimento, ao passo que as ligadas aos hospitais deixam de lado a pesquisa científica.

Nós queremos criar uma instituição em que a comunicação entre essas duas áreas seja fluente', diz Leonor.

'No mundo há 120 milhões de pessoas que têm problemas de visão e 35 milhões que sofrem de cegueira', disse o presidente da Índia, Avul Abdul Kalam, na apresentação do prêmio. 'Desses casos, 80% são tratáveis'.

A primeira edição do prêmio será em 2007, voltada à aplicação prática de conhecimentos já existentes. A apresentação na Índia foi uma forma de estimular o surgimento de candidaturas.

'A Índia tem o Instituto do Olho Prasad, que é o melhor do mundo na aplicação de programas para prevenir a cegueira', diz Leonor.

A Fundação Champalimaud foi formada após a morte do bilionário português Antônio Champalimaud, em 8 de maio de 2004, que deixou um quarto da sua fortuna, no valor de 500 milhões de euros, para a criação de uma instituição que atue na área da saúde. Ele perdeu a visão nos últimos dois dos seus 86 anos de vida.

Júri de alto nível

Principal impulsionador do Instituto Prasad, o oftalmologista Gullapalli Rao fará parte do júri junto com o presidente da Comissão das Nações Unidas para os Refugiados, o português Antônio Guterres, o ex-presidente da Comissão Européia Jacques Dellors, a ex-presidente da Irlanda Mary Robinson, o criador do conceito de banco popular Amartya Sem, o prêmio Nobel de Medicina Alfred Sommer e mais seis oftalmologistas reconhecidos internacionalmente.


Data: 10/10/2006