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Google agora investe em energia solar

Sistema de energia alternativa montado na sede da empresa, nos EUA, é um dos maiores do mundo

O serviço do Google chamado Google Earth capta imagens do planeta a partir de satélites. Agora a empresa de mecanismo de busca está tentando capturar o Sol.

O Google informou na segunda-feira que construirá um sistema de eletricidade solar para fornecer cerca de 30% da energia gasta diariamente no seu complexo de escritórios com 93 mil m2 em Mountain View, Califórnia.

O sistema, que usará 9.200 células solares - com capacidade para gerar potência para mil domicílios da Califórnia - será uma das maiores instalações solares empresariais, disseram especialistas em energia alternativa.

"Isso tem grande significado, tanto simbólico como prático", disse Nicholas Parker, presidente do conselho da Cleantech Venture Network, entidade de comércio e pesquisa para investidores em tecnologia de energia alternativa.

David Radcliffe, encarregado do controle da propriedade imobiliária do Google, recusou-se a dizer quanto a empresa espera gastar no projeto. Mas disse que este se pagará por si mesmo dentro cinco a dez anos.

Já Parker calculou que tal obra poderá custar ao Google US$ 10 milhões. O sistema está sendo construído pela El Solution, uma divisão da empresa Energy Innovations, com sede em Pasadena, Califórnia.

Andrew Beebe, presidente da El Solutions, disse que o teto dos principais prédios do Google será coberto com células solares que captam a energia solar, juntamente com o teto de várias estruturas de estacionamento.

Beebe e Radcliffe disseram que um dos motivos pelos quais o Google não tenta gerar mais de 30% da sua eletricidade é que os projetos exigiam a utilização de todo o espaço disponível para as células solares.

Segundo Radcliffe, o Google está recorrendo à energia solar por motivos econômicos, sociais e motivacionais.

Ele acrescentou que o sistema de energia solar, além de se pagar por si mesmo ao longo do tempo, será socialmente responsável e ajudará a atrair engenheiros de alto nível que quiserem trabalhar para uma empresa que está tentando reduzir os danos provocados ao meio ambiente.

Radcliffe recusou-se a informar se o Google planeja usar energia solar para fazer funcionar algum de seus outros escritórios ou centrais de dados onde mantém seus servidores.

Beebe esclareceu que o Google não correrá risco de ficar sem energia num dia nublado ou por causa de um defeito no funcionamento do seu sistema de energia solar porque a empresa vai continuar dependendo grandemente da rede elétrica da Pacific Gas & Electric, que na verdade dará à empresa um sistema de emergência.

O Google talvez até gere um excesso de eletricidade solar que poderá vender para a PG&E, criando um outro fluxo de receita, disse Nicholas Parker.

Segundo Parker, o Google está tomando esta medida num momento em que a energia solar está passando de ser um "uma indústria de pequena escala, quase familiar, para ser um indústria importante".

E acrescentou que o nome e a influência do Google podem ajudar a desencadear a tendência.

"As grandes empresas que têm por alvo o tipo de demografia que a Google tem estão se atropelando para serem uma mais verde do que a outra", disse.


Data: 18/10/2006